quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Médicos estrangeiros recebem flores


Após xingamento, médicos estrangeiros recebem flores em Fortaleza (Foto: TV Verdes Mares/Reprodução)Após xingamento, médicos estrangeiros recebem flores em Fortaleza (Foto: TV Verdes Mares/Reprodução)
Depois do protesto com vaias e xingamentos na abertura do curso, os médicos estrangeiros que chegaram aoCeará pelo Mais Médicos receberam flores e aplausos de integrantes de movimentos sociais nesta terça-feira (27) na Escola de Saúde Pública, em Fortaleza. Na saída do primeiro dia de aula do curso preparatório, os estrangeiros deram sorrisos e sinais de positivo para quem os esperava e receberam aplausos e gritos como “Cubano amigo, o povo está contigo”.
“Estamos seguros. Confiamos no povo brasileiro e temos uma tarefa que vamos cumprir”, afirmou o médico cubano José Armando Molina. Segundo ele, os médicos estrangeiros não ficaram assustados e tristes com o ato hostil que aconteceu na segunda-feira (26), quando foram chamados de “escravos” e “incompetentes”.
“Vimos que aquilo foi feito por uma minoria de pessoas. Hoje (terça-feira), foi o dia mais bonito desde que chegamos ao Brasil. Conhecemos que o povo brasileiro é irmão como somos dele. Estamos aqui para trabalhar para o povo brasileiro”, disse.
'Truculência e xenofobia'
Nesta terça, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse que há “truculência” e “xenofobia” na atitude de médicos brasileiros que hostilizaram médicos cubanos em Fortaleza.
O grupo de 96 estrangeiros que está fazendo curso de atenção básica de saúde e português no Ceará foi recebido para a aula inaugural do treinamento, na segunda, por cerca de 50 profissionais brasileiros que gritavam palavras de ordem e reivindicavam pela realização do Revalida, exame de validação do diploma de medicina para curso feito no exterior.
“Em primeiro lugar, tem muita truculência, muita incitação ao preconceito, e à xenofobia. [...] Lamento veementemente a postura de alguns profissionais - porque eu acho que é um grupo isolado - de ter atitudes truculentas, [que] incitam o preconceito, a xenofobia. Participaram de um verdadeiro 'corredor polonês' da xenofobia, atacando médicos que vieram de outros países para atender a nossa população”, declarou o ministro.
Flores
Já nesta terça, cerca de cem pessoas distribuíram flores para os médicos estrangeiros. No fim do dia, eles entraram no auditório onde são realizadas as aulas e mostraram solidariedade aos profissionais. “O que aqueles médicos fizeram foi uma questão de classe. Estamos aqui para um ato de acolhida”, afirmou Camila Silveira, da União da Juventude Socialista (UJS), um dos movimentos que participaram do ato
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