quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Papa admite corrupção no Vaticano e se diz em paz: 'Precisa de indiferença'

Papa admite corrupção no Vaticano e se diz em paz: 'Precisa de indiferença'
Foto: Michael Campanella / Getty
O papa Francisco admitiu que existe corrupção no Vaticano. Em reportagem publicada nesta quinta-feira (9) pelo jornal Corriere della Sera, o líder religioso disse que consegue viver com "serenidade" e "em paz", apesar da realidade. "Qual o segredo da minha serenidade? Não tomo remédios tranquilizantes. Os italianos sempre dão um belo conselho: para viver em paz, precisa um pouco de indiferença. Eu não tenho problema em dizer que estou vivendo uma experiência. Em Buenos Aires, era mais ansiosos, mais preocupado. Hoje vivo uma profunda paz, não sei explicar", contou o papa. De acordo com a agência de notícias Ansa, em novembro de 2016, o papa já havia declarado algo semelhante. "Existe corrupção no Vaticano, mas eu estou em paz", disse, segundo relatos do padre Antonio Spadaro. Segundo o papa, os cardeais e membros da cúria sabem dos problemas internos do Vaticano e querem reformas no último conclave. "Mas se há algum problema, eu escrevi um bilhete a São José e coloco embaixo de uma estátua no meu quarto, uma estátua de São Joaquim dormindo. Ele dorme em cima dos meus bilhetes e eu durmo tranquilo", acrescentou. Quando questionado sobre os escândalos sexuais dentro da Igreja Católica, o papa disse que a disseminação do crime é "devastante", mas é preciso ser visto como "doença". "Se há religiosos envolvidos, é claro que está em ação o diabo que estraga aobra de Jesus através de quem deveria, justamente, anunciar Jesus. Mas vamos falar a verdade: isso é uma doença. Enquanto não nos convencermos de que isso é uma doença, não se poderá resolver bem o problema. (...) A cada quatro pessoas que praticam abusos sexuais, duas já tinham sido vítimas. O abuso é disseminado pelo futuro, é devastante", observou Francisco. O papa sugeriu critérios para rejeitar candidatos, como não receber na vida religiosa ou em diocese aqueles que tenham sido reprovados por outros seminários ou por um instituto.

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