quinta-feira, 18 de maio de 2017

Pedido de afastamento não tem base na Constituição, diz advogado de Aécio

Pedido de afastamento não tem base na Constituição, diz advogado de Aécio
Foto: Nelson Jr/ STF
O advogado do senador Aécio Neves (PSDB-MG), Alberto Toron, se manifestou na manhã desta quinta-feira (18) contrário ao pedido de afastamento do congressista apresentado pela Procuradoria Geral da República (entenda). O criminalista comparou com a situação do tucano com a do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) – com quem disse não ter “nenhuma simpatia”.  “A mim parece que esse tipo de medida não encontra a menor base na Constituição”, avaliou, em entrevista à rádio Band News FM. O advogado argumenta que o empréstimo de R$ 2 milhões pedido por Aécio ao sócio da JBS, Joesley Batista – o empresário gravou na conversa e relatou o caso em delação premiada – foi feito no âmbito da relação privada mantida entre Aécio e Joesley, não se configurando, em sua opinião, como um crime de corrupção. “Não me parece, quero repetir, que a condição dele de senador dê ao fato em si uma conotação mais grave. Entendo que isso talvez não seja a coisa mais republicana”, disse, para completar: “Não vejo aí um crime nem obstrução da justiça nem de corrupção”. Toron defende que as denúncias sejam apuradas mais profundamente. Questionado sobre a infração à qual Aécio estaria passível de responder, com as informações divulgadas até o momento, o advogado apontou que a conversa, revelada por Joesley como denúncia, poderia representar uma quebra de decoro parlamentar. “Ele pode ser cassado”, apontou, sinalizando que ele pode vir a enfrentar um processo no Senado”, disse, voltando a se posicionar contra o afastamento no momento atual. “Abre-se uma exceção que fere o estado de direito”.  Indagado sobre o presidente Michel Temer, que também foi gravado em diálogo com Joesley, Toron vê maior gravidade. “Aí sim eu vejo como uma situação mais delicada, mas que precisa ser apurada”, declarou, ressaltando achar “muito ruim” que as denúncias cheguem à Presidência, por afetar a estabilidade do país. 

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