Em meio à pressão de políticos, servidores e advogados, a cúpula do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) reduziu para 29 o número de comarcas do interior ameaçadas de extinção. Entre as quais, Itapebi, Acajutiba e Serra Preta. A nova lista foi elaborada na última quarta-feira, em mais um encontro da comissão criada para discutir o processo de desativação de fóruns. No início do mês, a Corte havia apresentado uma relação com 49 comarcas passíveis de fechamento, quase metade das 100 unidades que constavam na primeira proposta do TJ, concluída no fim de 2016.
Duelo de bacharéis
Um dia antes de diminuir a quantidade de comarcas que podem ser extintas, o TJ foi acionado na Justiça Federal pela OAB da Bahia, que entrou na guerra contra a desativação de unidades do Judiciário. Na ação, a vice-presidente da Ordem, Ana Patrícia Dantas Leão, alega que as medidas violam a Constituição.
Padrinhos e afilhados
Apadrinhado pelo senador Otto Alencar (PSD), o advogado Josafá Marinho de Aguiar vai comandar o Escritório Federal de Pesca e Aquicultura na Bahia. Ex-chefe do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs) no estado, Aguiar pertencia à cota de Otto no governo Dilma Rousseff (PT), perdeu o cargo com a queda da petista, mas foi nomeado novamente pelo Planalto.
Aspas
"Vamos obstruir tudo", Alice Portugal, deputada federal pelo PCdoB, ao antecipar a tática da oposição nos novos confronto com o Planalto no Congresso Nacional
Bico amolado
A denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o presidente Michel Temer (PMDB) fortaleceu o grupo do PSDB favorável ao rompimento com o governo. O deputado federal João Gualberto, presidente do partido na Bahia e um dos líderes do movimento de desembarque, aposta que os sete parlamentares tucanos com assento na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa vão votar pela abertura de processo contra Temer. O que inclui o baiano Jutahy Júnior. No plenário, ele acredita que a bancada tucana também adotará a mesma posição. “Quero ver qual deputado do PSDB vai ter coragem de ficar ao lado do presidente”, provoca Gualberto.
Volta dos que não foram
Ex-superintendente do Procon na Bahia, Marcos Medrado (PR) já aparece desde ontem na listagem dos 513 deputado federais da Câmara. Terceiro suplente na coligação formada por partidos de oposição ao PT, Medrado ocupou o lugar de Tia Eron (PRB) após a renúncia do vice-prefeito de Feira, Colbert Martins (PMDB), herdeiro direto do mandato. Antes, Medrado havia desistido publicamente da vaga, mas recuou. No entanto, terá dificuldades para votar contra o Palácio do Planalto, já que Tia Eron pode ser exonerada e renomeada na prefeitura a qualquer hora.
Salto de cerca
Já é dada como certa a saída do vereador Maurício Trindade (DEM) da base aliada ao prefeito ACM Neto. Articuladores políticos do Palácio Thomé de Souza acreditam que o parlamentar fechou acordo com o governador Rui Costa (PT), em costura conduzida pelo irmão, José Trindade (PSL), líder da bancada de oposição e tido como leão de chácara do petista na Câmara Municipal. Os sinais de debandada foram detectados no rastro das críticas feitas a Neto em recentes declarações de Maurício Trindade à imprensa.
Tranca mantida
A Justiça manteve a prisão preventiva de três investigados pela Operação Citrus, que desmontou um esquema de fraudes e desvios sobre contratos com a prefeitura de Ilhéus. Em decisão publicada ontem, o juiz Guilherme Barros Junior, da 1ª Vara Crime de Ilhéus, negou o pedido da defesa do empresário Enoch Andrade, apontado como mentor do esquema, do vereador Jamil Ocké (PP) e do ex-secretário de Ação Social da cidade, Kácio Brandão, presos desde março.
Pílulas
Papo reto Desde que tomou posse como secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, o ex-governador Jaques Wagner (PT) vem pouco a pouco assumindo a linha de frente nos diálogos com políticos alinhados ao Palácio de Ondina. Nos últimos meses, Wagner já recebeu a bancada baiana no Senado, 21 deputados federais, 35 estaduais e aproximadamente 90 prefeitos e ex-prefeitos do interior.
Chega mais Tido como articulador habilidoso, Jaques Wagner também mantém o trânsito livre em seu gabinete para cardeais de legendas da oposição, como PMDB, PRB, PSDB, PPS e PTB. Sua chegada ao governo praticamente colocou em segundo plano o secretário de Relações Institucionais, Josias Gomes, a quem cabe, em tese, o trato com a base governista.
Fogo caseiro No núcleo-duro do PT baiano, há quem trabalhe com afinco para incendiar parlamentares insatisfeitos com o governador Rui Costa. O objetivo, mesmo com os riscos, é separar quem transita em dois mundos.
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