Foto: Alina Souza / Palácio Piratin
Após registrar queda significativa em agosto, o número de casos de
dengue voltou a subir. O aumento foi identificado em todas as regiões do
país e aponta também para o crescimento da população de Aedes aegypti
em todo o território nacional - um indicativo de que os riscos para as
outras doenças transmitidas pelo vetor, zika e chikungunya, também são
altos. Até a primeira semana de dezembro, haviam sido notificadas
1.587.080 infecções por dengue, 123.304 a mais do que o verificado até a
última semana de setembro. "Todos os anos, o país registra aumento de
casos no período das chuvas, no verão. Mas, em 2015, o fenômeno
aconteceu de forma antecipada", afirma João Bosco Siqueira Júnior,
professor do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade Federal de
Goiás (UFG). A tendência de elevação acontece a partir de dezembro e
janeiro. Em 2015, o aumento começou em outubro e novembro. Segundo o
Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, o maior avanço da
epidemia foi registrado no Centro-Oeste, onde a incidência dobrou entre
outubro e novembro e saltou de 21 para 45 casos por 100 mil habitantes.
No Sudeste, o comportamento foi semelhante: passou de 10,7 para 19,2 por
100 mil habitantes. No Nordeste, o aumento foi menos expressivo, de
18,6 para 23,8, mas a marca põe a região na segunda posição de
incidência de dengue. As mortes também aumentaram. Mais cem casos foram
contabilizados entre a última semana de setembro e a primeira de
dezembro. Pelos dados reunidos até agora, 2015 teve pelo menos 839
óbitos provocados pela doença, o maior número registrado na história
desde que o vírus, transmitido pelo Aedes aegypti, voltou ao país em
1982. Em 2013, que apresenta a segunda maior marca, foram 674 mortes.
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