Neste artigo você vai entender o cenário econômico atual e o futuro frente aos impactos da Covid-19.
Alguns fatores conspiram para um cenário de crescimento no país, apesar do atraso no calendário das vacinações. Ainda assim, o início da vacinação sinaliza a esperança que o mercado precisa, no qual as previsões de retomada da atividade econômica para o segundo semestre tornam-se mais reais.
Por outro lado, temos a âncora que puxa a economia para baixo, com regras mais severas de distanciamento social por conta do agravamento dos quadros de Covid-19.
Penso que os controles sanitários impostos aos shoppings, comércios em geral, restaurantes, bares, escolas estão sendo atendidos, mesmo porque a fiscalização é muito atuante neste sentido.
No entanto, é importante que se faça uma reflexão sobre quais locais apresentam maior risco de transmissão. Conforme algumas pesquisas e publicações de muitas prefeituras e Estados, hospitais, bancos e, principalmente, o transporte público são locais de maior aglomeração e de maior risco de contágio.
Se as atividades econômicas precisam reduzir em 40% a permanência dentro dos estabelecimentos, acompanhadas de medidas como higienização, uso de máscaras, luvas etc., logo deve-se aumentar o número de ônibus, trens e metrô, além da higienização igual à exigida nos estabelecimentos comerciais. Dessa forma, teríamos resultados mais positivos ao invés das restrições de fechamento total das atividades econômicas.
Auxílio emergencial
O auxílio emergencial foi uma das ferramentas que impulsionou a economia, pois este recurso foi diretamente para o varejo, ou seja, para consumo direto e com isso, saímos de um resultado pessimista de 9,7% na queda do PIB de 2020 para a previsão do fechamento do PIB - 4,36%, impulsionado pelo retorno das atividades econômicas e a necessidades das famílias de demandarem.
Com o fim do auxílio emergencial, os olhos se voltaram para o Governo Federal, na expectativa de que o auxílio retornasse e aliviasse o agravamento social. No entanto, governadores e prefeitos se esquecem que a população sem renda também pode e deve ser atendida pelos serviços sociais locais. O que quero dizer é que o auxílio emergencial também deve ser preocupação dos Estados e Municípios, a exemplo da cidade de São Paulo que, no final do ano de 2020, aprovou um auxílio municipal para famílias vulneráveis no valor de R$ 100,00. Recentemente, o prefeito de Belém também sancionou auxílio municipal, de R$ 450,00.
O governo federal pagou R$ 250 bilhões em auxílio emergencial a 67,8 milhões de brasileiros, o que deixou as contas públicas em estado de atenção. Ainda assim, ele sinaliza cortes em outros setores para retomar o pagamento com a finalidade de evitar o agravamento da crise econômica advinda das medidas de distanciamento social.
O que não se pode admitir é que os auxílios emergenciais estaduais e municipais sejam utilizados como ferramenta política de ataque ao governo federal, uma vez que nada mais são do que uma medida social para manter a atividade econômica ativa e, consequentemente, a geração de empregos.
Previsões econômicas
Podemos esperar momentos difíceis se continuarmos com as atuais e duras medidas restritivas, combinadas com a falta de pagamento do auxílio emergencial para atender as pessoas que perdem seu sustento com fechamento das atividades. Como o próprio Ministro Paulo Guedes disse: teremos orçamento de guerra para a manutenção da economia.
Estudo financiado pela Universidade de Zurique levantou que a falta de emprego representa um risco muito grande quando o assunto é saúde mental, ansiedade e depressão, sendo a causa de um a cada cinco suicídios no mundo. Isto é, a falta de emprego e renda também podem matar, assim como a Covid-19.
Portanto, economia e saúde, precisam andar juntas. Com a vacinação, vemos uma luz no fim do túnel, na esperança de um futuro sem Covid-19. Planejamentos estão sendo feitos e refeitos para que possamos finalizar o ano de 2021 com um crescimento econômico acima de 3%. Veremos.
Escrito Por
ALESSANDRO AZZONI
Advogado e economista, especialista em direito ambiental, com atuação nas áreas do Civil, Trabalhista e Tributário. É mestre em Direito da Universidade Nove de Julho, especializado em Direito Ambiental Empresarial pela Faculdade Metropolitanas Unidas (FMU). Graduado em direito pela FMU. Bacharel em Ciências Econômicas pela FMU. Professor de Direito na Universidade Nove de Julho (Uninove). É Conselheiro Deliberativo da ACSP - Associação Comercial de São Paulo; Coordenador do NESA –Núcleo de Estudos Socioambientais – ACSP - Associação Comercial de São Paulo; Conselheiro membro do conselho de Política Urbana - ACSP - Associação Comercial de São Paulo; Membro da Comissão de Direito Ambiental OAB/SP.
(Foto: Reprodução)
João Oliveira, Wenceslau Guimarães - BAHIA