Nesta semana, a Caixa Econômica Federal anunciou o lançamento de linhas
de crédito imobiliário com atualização pelo IPCA, o índice oficial de
inflação. As novas linhas, conforme informações do banco, poderão ser
usadas no financiamento de imóveis por até 30 anos, com taxas de juros
que variam de 2,95% a 4,95% ao ano, mais o IPCA.
Nas linhas anteriores, os juros variavam
de 8,50% a 9,75%, mais a Taxa Referencial (TR), que atualmente tem sido
zero. Com isso, os bancos ofertam taxas de juros mais próximas de 10%.
Com a adoção do IPCA nos contratos, a Caixa reduziu os juros na ponta. O
efeito disso é que, nas simulações do banco, as prestações iniciais
ficarão mais baixas.
“Vamos manter
linhas atuais e oferecer linhas novas, com o IPCA”, destacou o
presidente da Caixa, Pedro Guimarães, durante evento com a presença do
presidente do país, Jair Bolsonaro.
De
acordo com informações divulgadas, os novos contratos indexados ao IPCA
vão valer para novos financiamentos e serão opcionais. Sendo assim,
quem quiser poderá fechar contratos com atualização pela TR. A diferença
é que, nos contratos atrelados à TR, as prestações iniciais tendem a
ser maiores.
Segundo analistas,
conforme informado pelo UOL, os empréstimos para a compra da casa
própria corrigidos pela inflação representam risco porque, se o IPCA
aumentar no período do contrato, o custo do financiamento também
aumentará.
Sendo adotado o IPCA, será
registrado uma queda de 35% no valor da prestação no caso de um
financiamento com taxa mais cara (4,95%), conforme informou o presidente
da Caixa. Isso na comparação com os contratos tradicionais, ligados à
TR. No caso de contratos com taxa mais barata (2,95%), para clientes com
relacionamento com o banco, a queda no valor da prestação foi estimada
em 51%.
Os novos contratos vão ter
prazo máximo de 360 meses. A quota máxima de financiamento será de 80%
do valor do imóvel. As novas condições valem tanto para financiamentos
do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), cujo valor do imóvel é de até
R$ 1,5 milhão, quanto para os contratos que estão fora do SFH, os do
Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), que financiam imóveis acima desse
valor.
A Caixa e o governo têm
expectativa de que se aumente o volume de recursos disponível para
financiamento imobiliário. Os contratos indexados ao IPCA terão maior
aceitação no mercado e poderão ser renegociados com terceiros pelo
banco. É a chamada securitização. Os recursos arrecadados serão uma nova
fonte para o financiamento imobiliário.
Como vai funcionar a nova linha de crédito imobiliário da Caixa?
A nova linha de crédito da Caixa terá
taxas de 2,95% a 4,95% ao ano mais o IPCA, o índice oficial de inflação.
Atualmente, as taxas dos contratos são indexados à Taxa Referencial
(TR) mais juros que variam entre 8,30% e 9,95%. A duração do novo
financiamento é de até 360 meses na tabela SAC (sistema em que o valor
das parcelas diminui com o passar do tempo) e 240 meses na tabela Price
(sistema em que o valor das parcelas aumentam com o passar do tempo).
Agora, o banco vai ter duas linhas de crédito e o cliente deverá escolher a mais vantajosa.
Parcelas vão ficar mais caras?
Segundo informações do banco, a resposta é não. A Caixa revelou que o novo produto de crédito, indexado
ao IPCA, vai permitir uma queda de 35% no valor da prestação no caso de
um financiamento com a taxa mais cara (4,95%). Isso na comparação com
os contratos tradicionais, que usam a TR.
No caso de contratos com a taxa mais barata (2,95%), a queda no valor da prestação foi estimada em 51%.
E com quem já tem financiamento?
Quem
já tem financiamento ativo, continuará tudo igual. A modalidade
anunciada pela Caixa é apenas para os novos financiamentos. É importante
reforçar que o banco vai continuar oferecendo financiamento indexado à
TR. Com isso, a decisão de qual dos modelos escolher é do cliente.
Ponto positivo e negativo
O
lado negativo é que a inflação é muito mais volátil do que a TR. Com
isso, essa nova modalidade pode, se tornar o crédito imobiliário mais
caro. O ponto positivo é que a medida vai movimentar o mercado,
aquecendo a economia.
A menor exposição
dos bancos ao risco de inflação, uma vez que o cliente é que terá de
arcar com a variação do IPCA, tem potencial para baratear os juros dos
financiamentos.
Portabilidade
Uma
vez escolhida a correção pelo IPCA, não será permitido fazer a
portabilidade para financiamentos com outro tipo de correção, como a TR.
Assim, buscar uma opção melhor em outros bancos só será possível se
essas outras instituições oferecerem também crédito imobiliário indexado
pelo IPCA.