Foto: Agecom
O
guarda municipal e diretor do Sindicato dos Servidores da Prefeitura de
Salvador (Sindseps), Bruno Cruz, afirmou que a Guarda Municipal de
Salvador tem a sua disposição apenas seis armas para um efetivo de
aproximadamente 1,2 mil homens e que membros da corporação usam armas
particulares de forma irregular durante o serviço. Segundo ele, o perigo
já foi alertado à prefeitura, mas "a gente não tem como repreender,
porque ou ele não usa e cumpre as regras ou fica armado e tem uma chance
de se proteger". Cruz ainda reconhece que alguns guardas fazem uso de
porte de arma sem mesmo vestir um colete à prova de balas, porque o
equipamento também não é oferecido pela prefeitura. Segundo ele o
principal fator que leva os homens a cometerem a irregularidade é o medo
de encontrarem criminosos armados. Na manhã desta terça-feira (3) a
categoria decretou paralisação de 48 horas e uma das reivindicações é
pelo maior número de equipamentos de proteção para os guardas. Outra
reclamação trata do Regimento Disciplinar da Guarda Municipal. O projeto
de lei regulamenta os direitos e deveres dos guardas e foi encaminhado
ao presidente da Câmara Municipal de Salvador (CMS) pelo prefeito ACM
Neto (DEM) ainda em janeiro deste ano, mas segundo o Sindseps a
categoria não foi consultada. “A gente tem solicitado que o projeto
retorne para o executivo para que ele seja remodelado de forma
definitiva e adequada”, reclama Cruz. Líder do governo na Câmara, o
vereador Joceval Rodrigues (PPS) defende o projeto e argumenta que a
regulamentação deveria existir desde antes da criação da Guarda
Municipal. “Nada mais é do que uma regulamentação de disciplina do modus
operandi da guarda”, explica o político. O regimento disciplinar
reascendeu na Câmara o debate sobre o porte de armas por guardas
municipais. Em sua página no Facebook, a vereadora Aladilce Souza
(PCdoB) revela temor quanto ao armamento. “Uma medida que coloca em
risco tanto os agentes quanto a população não pode ser implantada sem
discussão com a cidade”, sugeriu. Líder da oposição na casa, Luís Carlos
Suica (PT) não se posiciona contra o armamento, mas questiona se o
efetivo é preparado adequadamente para esse tipo de serviço. “A guarda
municipal foi criada inicialmente para proteger o patrimônio. A partir
do momento que ela usa arma ela tem poder de polícia, de prender, levar
pra delegacia. A preocupação é se o treinamento [para portar arma] foi
eficaz”, pondera Suíca.
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