quarta-feira, 4 de março de 2015

Sindicato diz que Guarda Municipal tem apenas seis armas e efetivo usa armamento particular

Sindicato diz que Guarda Municipal tem apenas seis armas e efetivo usa armamento particular
Foto: Agecom
O guarda municipal e diretor do Sindicato dos Servidores da Prefeitura de Salvador (Sindseps), Bruno Cruz, afirmou que a Guarda Municipal de Salvador tem a sua disposição apenas seis armas para um efetivo de aproximadamente 1,2 mil homens e que membros da corporação usam armas particulares de forma irregular durante o serviço. Segundo ele, o perigo já foi alertado à prefeitura, mas "a gente não tem como repreender, porque ou ele não usa e cumpre as regras ou fica armado e tem uma chance de se proteger". Cruz ainda reconhece que alguns guardas fazem uso de porte de arma sem mesmo vestir um colete à prova de balas, porque o equipamento também não é oferecido pela prefeitura. Segundo ele o principal fator que leva os homens a cometerem a irregularidade é o medo de encontrarem criminosos armados. Na manhã desta terça-feira (3) a categoria decretou paralisação de 48 horas e uma das reivindicações é pelo maior número de equipamentos de proteção para os guardas. Outra reclamação trata do Regimento Disciplinar da Guarda Municipal. O projeto de lei regulamenta os direitos e deveres dos guardas e foi encaminhado ao presidente da Câmara Municipal de Salvador (CMS) pelo prefeito ACM Neto (DEM) ainda em janeiro deste ano, mas segundo o Sindseps a categoria não foi consultada. “A gente tem solicitado que o projeto retorne para o executivo para que ele seja remodelado de forma definitiva e adequada”, reclama Cruz. Líder do governo na Câmara, o vereador Joceval Rodrigues (PPS) defende o projeto e argumenta que a regulamentação deveria existir desde antes da criação da Guarda Municipal. “Nada mais é do que uma regulamentação de disciplina do modus operandi da guarda”, explica o político. O regimento disciplinar reascendeu na Câmara o debate sobre o porte de armas por guardas municipais. Em sua página no Facebook, a vereadora Aladilce Souza (PCdoB) revela temor quanto ao armamento. “Uma medida que coloca em risco tanto os agentes quanto a população não pode ser implantada sem discussão com a cidade”, sugeriu. Líder da oposição na casa, Luís Carlos Suica (PT) não se posiciona contra o armamento, mas questiona se o efetivo é preparado adequadamente para esse tipo de serviço. “A guarda municipal foi criada inicialmente para proteger o patrimônio. A partir do momento que ela usa arma ela tem poder de polícia, de prender, levar pra delegacia. A preocupação é se o treinamento [para portar arma] foi eficaz”, pondera Suíca.

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