terça-feira, 5 de dezembro de 2017

‘A Lava Jato deve explicações ao povo brasileiro’

Foto: Reprodução

Por Henrique Brinco e Osvaldo Lyra (Editoria de Política)
A pré-candidata Manuela d’Ávila, apesar de reconhecer o fortalecimento da PF nos governos Lula e Dilma, também tece críticas à condução da Operação Lava Jato. “Acho inclusive que a Operação Lava Jato e seus integrantes têm um grande desafio de explicar denúncias apresentadas na última semana por [Rodrigo] Tacla Durán, que envolvem membros da operação numa espécie de montagem de provas. Então, acho que o tema da ética é importantíssimo para que a gente garanta uma boa gestão, mas a Operação Lava Jato nesse momento deve explicações ao povo brasileiro pela conduta de seus membros”, disse ela ao jornal.
Na semana passada, o advogado Rodrigo Tacla Durán, que trabalhou para a Odebrecht e a UTC, deu um depoimento à CPI da JBS por teleconferência. Ele fez acusações graves e disse, por exemplo, que extratos falsos foram usados contra o presidente Michel Temer numa denúncia apresentada por Rodrigo Janot, que foi procurador-geral da República. Acusado de ser doleiro, Tacla Durán chegou a negociar acordo de delação premiada com a Lava Jato, mas desistiu e foi para a Espanha. 
Questionada sobre a forma padronizada de se fazer política no Brasil, em que os partidos tradicionais beberam de uma forma de fazer política impopular no Brasil, Manuela analisa como será a reação nas urnas durante as eleições de 2018. “Acredito na renovação da política, mas com a renovação do compromisso. Não nessa renovação marqueteira, que parece ser construída a partir de uma caixa de sabão em pó com outro rótulo e que chega com a cara de novo”, afirma. A comunista, no entanto, acredita que a população precisa ser mais bem esclarecida sobre os escândalos que estão acontecendo. “Tenho muita esperança que a corrupção diminua. Mas acho que o povo não está entendendo muito o que está acontecendo, porque o [senador] Aécio [Neves] está solto, mesmo sendo gravando dizendo que iria matar um e receber não sei quanto de dinheiro. Não tenho claro se a sensação de impunidade vai diminuir, porque os sinais são muito contraditórios.”
Muito se especula também sobre a possibilidade de Lula também não ser candidato, já que ele pode ser abatido pelas investigações da Operação Lava Jato. Neste ponto, Manuela defende-o: “Esse é um dos debates importantes. Mas hoje, para mim, o debate que tem que se fazer é para defender a democracia é sobre o direito de Lula concorrer às eleições. Ele tem o direito de concorrer por um fato: ele não está abaixo da lei e nem acima dela. Enquanto não apresentarem provas que o condenem, ele não tem como ser condenado pelas regras democráticas”

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