quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Saudades do Carnaval de 2014, quando a política ainda gerava expectativas

Saudades do Carnaval de 2014, quando a política ainda gerava expectativas
ACM Neto e Rui na abertura do Carnaval de 2017 | Foto: Alfredo Filho/ SECOM/ PMS
O Carnaval de 2014 foi a última folia momesca realmente quente para o cenário político baiano. Foi naquele fevereiro que o então governador Jaques Wagner deixou escapar a configuração da chapa do secretário da Casa Civil, Rui Costa (PT), ao governo da Bahia, tendo o deputado federal João Leão (PP) como vice e o vice-governador Otto Alencar (PSD) como candidato ao Senado. Otto já tinha o nome garantido, mas para a vice ainda constavam na disputa Leão, Mário Negromonte (PP) e, como um sonhador, Marcelo Nilo (à época no PDT). O Bahia Notícias foi o primeiro a publicar que o PP foi escolhido para o posto, excluindo de vez Nilo. Dias depois, Leão ficou com a vaga. E, ao que parece, a escolha acabou feliz. Rui, Leão e Otto foram eleitos. O vice apenas derrapou ao falar que estava “cagando e andando” ao ser citado na primeira lista do ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Acabou tendo a investigação arquivada. Já Negromonte, herdeiro de uma vaga no Tribunal de Contas dos Municípios, ainda segue investigado. Do outro lado, havia muita especulação sobre a articulação do prefeito ACM Neto (DEM) para a chapa de oposição. O ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) arvorava o direito de ser candidato e ameaçava rachar o grupo caso não fosse indicado, frente a um cambaleante Paulo Souto (DEM), derrotado nas urnas em 2006 e 2010 por Wagner. O peemedebista tensionou até onde pode e acabou candidato ao Senado. Assim como Souto, Geddel foi derrotado nas urnas e, três anos depois, passou a cumprir um regime forçado na Papuda, onde deve permanecer por um tempo caso se confirmem as expectativas de pena dele, após o bunker de R$ 51 milhões ser revelado. Tal qual Wagner, que gostou do resultado de 2014, ACM Neto não teria tanto o que reclamar. Vai que o apoio dele para candidatura ao governo fosse para Geddel e, mesmo derrotado, fosse levado ao cadafalso com o aliado. Já 2018, com o cenário nebuloso sobre as eleições, não há direção que indique a apresentação das chapas durante a Folia de Momo. O jeito vai ser esperar a quaresma para saber como será a definição do cenário político baiano.  E olhe lá. O prazo para ACM Neto renunciar ao cargo caso resolva ser candidato será depois do domingo de Páscoa. Até lá, tudo pode acontecer. Inclusive, nada. Este texto integra o comentário desta quarta-feira (7) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para as rádios Excelsior, Líder FM e Clube FM.

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