sábado, 4 de fevereiro de 2023

A Americanas puxa a fila dos endividados — e ela só cresce

A Americanas causou um tsunami no mercado: o rombo contábil, o salto da dívida para além dos R$ 40 bilhões e a recuperação judicial relâmpago pegaram os investidores de surpresa. E, ainda em meio à terra arrasada gerada pela varejista, outras ondas de endividamento começam a chegar à bolsa — com destaque para a Oi.

Pois é: a Oi, que acabou de sair de uma recuperação judicial que se arrastou por anos, está novamente às voltas com uma dívida astronômica. E, numa espécie de repeteco do roteiro da varejista, entrou com um pedido especial à Justiça para evitar a execução imediata de parte dos compromissos financeiros.

Mas se os holofotes estão voltados à Americanas e à Oi, dado o porte e a importância dessas empresas — e, no caso da tele, a reincidência no caso —, também é verdade que outras empresas estão enfrentando problemas parecidos. Light e CVC foram outras que aderiram à lista de companhias com a corda no pescoço.

Vale o adendo: a Oi não está oficialmente em recuperação judicial. Na verdade, ela protocolou na Justiça um pedido de tutela cautelar, um mecanismo que a blinda dos credores no curtíssimo prazo. A Americanas fez o mesmo há algumas semanas — e, coincidência ou não, os mesmos escritórios de advocacia assinam as petições de ambas as companhias.

Mas, deixando os acasos de lado: o que explica essa onda de empresas endividadas e buscando algum tipo de saída para honrar seus compromissos financeiros?

Há muita coisa em jogo: a situação macroeconômica complexa, com perspectiva de Selic a 13,75% ao ano por um tempo prolongado, pesa sobre o saldo da dívida; dificuldades operacionais, incertezas quanto ao futuro, fraqueza na geração de receita — quem não estava com a lição de casa em dia está penando neste começo de ano.

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