sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Bahia tem 27 candidatos que assumem ser gay


Ela conhece bem o que é preconceito e por isso mesmo decidiu concorrer a uma vaga na Câmara de Vereadores de Camaçari. A travesti Natasha Kiss é um dos 27 candidatos baianos do segmento LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) que disputam as eleições municipais deste ano. Todos eles são candidatos a vereador e avisam que suas bandeiras vão além da pauta LGBT. No Brasil, o número de candidatos que se assumem como homossexual chega a 110 nesta eleição. Desses, apenas um disputará a eleição para prefeito - Renan Palmeira, candidato do PSOL à Prefeitura de João Pessoa (PB). Vinte e dois partidos apresentaram candidatos gays, sendo que os de esquerda lideram a lista, puxados pelo PT. Segundo a Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), que pretende eleger entre 15 e 20 candidatos, esse é o maior número de gays já registrados em eleições no País. Perseguem o mesmo caminho trilhado pelo deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), homossexual, e a vereadora de Salvador Léo Kret do Brasil, uma transexual que tentará conquistar o segundo mandato.
Marcelo Cerqueira, presidente do Grupo Gay da Bahia (GGB), considera um marco importante o número recorde de candidatos gays, porque mostra que o segmento está mais organizado para enfrentar a onda de homofobia no Brasil, que, segundo as estatísticas, mata um homossexual a cada dia. "Claro que as candidaturas LGBT têm importância, porque a gente só vai ter poder de decisão quando a gente eleger nossos candidatos. Só através das ONGs, o movimento é fraco", entende Cerqueira. Ele adverte, contudo, que não basta conquistar o mandato. Para o dirigente, é preciso que cada candidato tenha uma atuação social junto à comunidade, dialogue com os vários setores e defendam, no Legislativo, as bandeiras do segmento. (Atarde)

Nenhum comentário:

Postar um comentário