Os restos mortais do ex-presidente da República João Goulart
chegaram a Brasília no fim da manhã desta quinta-feira (14). O corpo de
Jango, como era conhecido, foi recebido com honras militares fúnebres
concedidas a chefes de Estado, às quais não teve direito quando morreu.
Deposto pelo golpe militar de 1964, Jango morreu no exílio, na
Argentina, em 1976.
A cerimônia que recebeu o caixão com os restos mortais de Jango durou cerca de 25 minutos e teve a participação da presidente Dilma Rousseff
e dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Fernando Collor de
Mello e José Sarney. Fernando Henrique Cardoso não compareceu, pois se
recupera de uma diverticulite. Também estavam presentes ministros de
Estado.
Quando chegou à base aérea, local do evento, o caixão com o corpo de
Jango foi recebido com aplausos. O Hino Nacional foi executado e os
militares fizeram as honras de estado.
Ao lado de Dilma estava sentada a viúva de João Goulart, Maria Tereza
Goulart.. Ela e a presidente colocaram uma coroa de flores na urna que
trazia os restos mortais de Jango.
A viúva do ex-presidente chorou algumas vezes ao longo do evento. Uma
dessas vezes foi quando recebeu a bandeira do Brasil que cobria o caixão
de Jango.
Após a cerimônia, Maria Tereza disse que Jango "merecia" ter a causa da morte investigada.
"Ele não teve esse momento de fazer uma autópsia. Eu acho que poderia
ter feito até, mas ninguém foi capaz de fazer [...] Eu acho que é um ato
de coragem esse reconhecimento, também pelo presidente que ele foi. Eu
acho que ele merecia", afirmou.
A ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, afirmou que o evento desta quinta é uma "recuperação" da história do país.
"Esse momento tem uma grande importância para o Brasil e a presidente
Dilma determinou que esse resgate histórico significasse a valorização
da democracia. Estamos fazendo justiça, recuperando a nossa própria
história", disse.
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