terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

BLACK BLOC DE SÃO PAULO PRETENDE RADICALIZAR NA COPA


Mesmo após o uso de um rojão causar a morte do cinegrafista Santiago Andrade em um protesto no Rio, os adeptos da tática black bloc, em São Paulo, prometem radicalizar durante as manifestações contra a Copa do Mundo e não descartam nem mesmo ataques contra delegações de times estrangeiros.
“Nossa tática nunca foi ferir civis, mas, se não formos ouvidos, a gente vai dar susto em gringo. Não queremos machucar, mas se for preciso ‘tacar’ (coquetel) molotov em ônibus de delegação ou em hotel em que as seleções vão ficar, a gente vai fazer”, disse, em entrevista ao Estado, o estudante Pedro (nome fictício), adepto da tática em São Paulo.
Segundo ele, as ações são discutidas pelos black blocs, que estão organizados no que chamam de células - pequenos grupos de até 30 pessoas que participam dos protestos juntos. “A gente evita falar pelo Facebook. Essas estratégias combinamos pessoalmente ou pelo Whatsapp. Para te dar essa entrevista, eu tive de consultar os outros adeptos”, contou.
De acordo com o manifestante, o objetivo é mostrar para os estrangeiros que o País não tem segurança e fazê-los desistir de ficar no Brasil. “Se uma seleção sentir que há risco de vida, eles vão querer continuar aqui? Não somos contra a Copa do Mundo nem contra o futebol. A nossa luta é por uma educação e uma saúde melhores”, afirmou o jovem, morador de Itaquera, na zona leste.
O próximo grande ato contra a Copa está programado para o sábado, dia 22, em várias cidades do País. Pelo Facebook, mais de 10 mil pessoas já confirmaram presença na manifestação da capital paulista.
Ao contrário das manifestações de junho, que tiveram como principal articulador o Movimento Passe Livre (MPL), os protestos contra a Copa não têm um único organizador e reúnem os mais diversos movimentos sociais, desde militantes da área da saúde até os chamados hackerativistas, como os integrantes do Anonymous. Esses grupos formaram o coletivo Se Não Tiver Direitos Não Vai Ter Copa.
Os manifestantes contra a Copa prometem atuar em várias frentes, até mesmo fora das ruas. “O que posso dizer é que vamos apoiar os protestos de rua com ações virtuais que ainda não podem ser ditas”, afirmou um integrante do Anonymous. A invasão de páginas oficiais está prevista. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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