Mesmo após o uso de um rojão causar a morte do cinegrafista
Santiago Andrade em um protesto no Rio, os adeptos da tática black bloc, em São
Paulo, prometem radicalizar durante as manifestações contra a Copa do Mundo e
não descartam nem mesmo ataques contra delegações de times estrangeiros.
“Nossa tática nunca foi ferir civis, mas, se não formos
ouvidos, a gente vai dar susto em gringo. Não queremos machucar, mas se for
preciso ‘tacar’ (coquetel) molotov em ônibus de delegação ou em hotel em que as
seleções vão ficar, a gente vai fazer”, disse, em entrevista ao Estado, o
estudante Pedro (nome fictício), adepto da tática em São Paulo.
Segundo ele, as ações são discutidas pelos black blocs, que
estão organizados no que chamam de células - pequenos grupos de até 30 pessoas
que participam dos protestos juntos. “A gente evita falar pelo Facebook. Essas
estratégias combinamos pessoalmente ou pelo Whatsapp. Para te dar essa
entrevista, eu tive de consultar os outros adeptos”, contou.
De acordo com o manifestante, o objetivo é mostrar para os
estrangeiros que o País não tem segurança e fazê-los desistir de ficar no
Brasil. “Se uma seleção sentir que há risco de vida, eles vão querer continuar
aqui? Não somos contra a Copa do Mundo nem contra o futebol. A nossa luta é por
uma educação e uma saúde melhores”, afirmou o jovem, morador de Itaquera, na
zona leste.
O próximo grande ato contra a Copa está programado para o
sábado, dia 22, em várias cidades do País. Pelo Facebook, mais de 10 mil
pessoas já confirmaram presença na manifestação da capital paulista.
Ao contrário das manifestações de junho, que tiveram como
principal articulador o Movimento Passe Livre (MPL), os protestos contra a Copa
não têm um único organizador e reúnem os mais diversos movimentos sociais,
desde militantes da área da saúde até os chamados hackerativistas, como os
integrantes do Anonymous. Esses grupos formaram o coletivo Se Não Tiver
Direitos Não Vai Ter Copa.
Os manifestantes contra a Copa prometem atuar em várias
frentes, até mesmo fora das ruas. “O que posso dizer é que vamos apoiar os
protestos de rua com ações virtuais que ainda não podem ser ditas”, afirmou um
integrante do Anonymous. A invasão de páginas oficiais está prevista. As
informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
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