Situação vem causando constrangimento e prejudicando o comércio na área
A reportagem da Tribuna flagrou na manhã de ontem uma cigana abordando e pedindo dinheiro a vários turistas em frente ao Mercado Modelo de Salvador, no Comércio. Comerciantes da região afirmam que o grupo de ciganas, com o argumento de ler a mão do visitante, além de insistir pedindo dinheiro muitas vezes chega a agredir verbalmente os visitantes e funcionários que tentam impedir a ação. A situação vem causando constrangimento e prejudicando o comércio na área, segundo lojistas do Mercado Modelo.
Elas ficam em locais estratégicos, geralmente bem perto dos caixas eletrônicos, aguardando o término do saque para abordar. O alvo principal é o turista estrangeiro. A cigana insiste tanto, que às vezes chega até a puxar o braço do turista. Miguel Daltro, dono de uma loja de artigos de presentes há mais de 35 anos, no Mercado Modelo afirma que os comerciantes já não sabem mais o que fazer para resolver o problema, já que mesmo com policiamento as ciganas agem em plena luz do dia.
“Muitos chegam aqui chorando dizendo que a cigana tomou o dinheiro e ainda ameaçou. Alguns turistas, principalmente os estrangeiros, confundem a figura da cigana com a da baiana e param para dar atenção achando que faz parte da cultura da cidade. É aí que elas atacam,” explicou Daltro.
Questionado pela reportagem sobre a ação da cigana, um dos policiais responsáveis pela segurança da área - que pediu para não ter o nome revelado - disse que realmente o assédio ocorre bastante, mas que a policia só pode interferir quando a queixa é oficializada pela pessoa que se sentiu lesada.
Um dos turistas abordados pela cigana, o paulista Rodrigo Ferreira, disse que achou inconveniente o assédio. “Estou acostumado a presenciar essa situação em São Paulo, mas o Mercado Modelo é um dos principais pontos turísticos de Salvador, por isso, acho que a segurança deveria ser reforçada durante o Verão”, declarou.
Em visita a capital baiana pela primeira vez a médica de Terezina (PI), Adejane Galeno, contou que além de assaltada no Centro Histórico ainda teve que pagar o valor de R$ 10 a uma massagista que, mesmo dizendo que o serviço era apenas uma demonstração, resolveu cobrar em tom de ameaça. “Depois de um assalto e uma abordagem nada honesta, quando a cigana veio pedir dinheiro para ler a minha mão eu já estava vacinada e disse a ela, que caso ela insistisse, eu chamaria a policia”, desabafou.
Histórias como a de Adejane acontecem diariamente, segundo o dono de um dos quiosques no Mercado Modelo, Francisco Ferreira. “A polícia precisa agir para coibir a ação dessas pessoas. Nós, comerciantes baianos do Mercado Modelo e turistas nos sentimos totalmente desprotegidos. É preciso uma ação enérgica por parte das autoridades para coibir a pressão”, disse.
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