sábado, 22 de março de 2014

Tinga: Deputado rebate declarações de presidente da Conmebol sobre racismo

Tinga: Deputado rebate declarações de presidente da Conmebol sobre racismo

 das declarações do secretário-geral da Conmebol, o argentino Luiz Meiszner, que classificam apenas como “provocação” as agressões racistas sofridas pelo jogador brasileiro Tinga, o deputado federal Valmir Assunção (PT) prometeu levar o caso ao Ministério dos Esportes. “Isso demostra o grau de preconceito ainda dentro do futebol e a Conmebol é conivente com esse racismo velado no esporte por não tomar providências e ainda querer esfriar o debate com uma citação ridícula. Não há como medir o que é pior, o ato de racismo em si ou essa defesa disfarçada”, disse o parlamentar. Durante o jogo do Cruzeiro contra o peruano Real Garcilaso, pela Taça Libertadores da América, os torcedores do time adversário imitavam macacos a cada vez que o jogador brasileiro tocava a bola. Meiszner afirmou, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, que “um moreno peruano imitando macaco para um brasileiro um pouco mais escuro que ele não é uma discriminação racial. É sim uma provocação mal-educada”.
O cartola argentino ainda reforçou sua opinião ao dizer que "nós, os sul-americanos, não somos racistas. Somos sim o povo mais mal-educado do mundo. Nos falta até mesmo cultural para, filosoficamente falando, provocarmos discriminação racial". Para Assunção, a tentativa de “abafar” o caso só ressalta o preconceito. “Esse cidadão disse que aqui só tem mal educado e essa não é a primeira declaração desrespeitosa que evidencia o preconceito contra os sul-americanos”, apontou. Apesar de ter aberto uma investigação contra o Real Garcilaso, a Conmebol não estabeleceu ainda nenhuma sanção. O presidente do Tribunal de Disciplina da Conmebol, o brasileiro Caio César Rocha, afirmou em entrevista à rádio Itatiaia, que uma decisão deve ser divulgada na segunda-feira (24), mas “que será uma pena didática, não muito radical”. O vice-presidente da CBF, no entanto, informou que o time ainda não foi punido porque as agressões não foram registradas no relatório do juiz. “É um absurdo essa situação, vou levar essas informações ao Ministério dos Esportes e não deixarei que esse assunto morra, como vem morrendo negros e negras por violência nesse país. Se o secretário-geral deu essas declarações que a Folha diz é porque ele é branco, e branco não sofre racismo”, disse o petista.

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