O
goleiro Aranha, vítima de racismo, afirmou neste sábado que perdoa a
torcedora do Grêmio que o chamou de macaco. Mas o jogador do ×Santos
disse que ela tem de pagar pelo fez. De qualquer forma, ele descartou
um encontro com a torcedora para que ela faça um pedido formal de
desculpas. "Como cristão e como ser humano, da minha parte, eu precisava
de um pedido de desculpas dela para que eu pudesse desculpar. Mas isso
não quer dizer que eu não quero que a Justiça seja feita. Ela errou e
agora tem as consequências. Só assim a sociedade irá se
conscientizar". A torcedora do Grêmio Patrícia Moreira da ×Silva,
de 23 anos, pediu desculpas nesta sexta-feira (5) pelas ofensas
racistas e disse que gostaria de falar pessoalmente com o atleta. Em um
pronunciamento no ×Rio Grande
do Sul, a gremista afirmou que não tinha intenção de ofender o jogador
negro com ofensas racistas. "Perdão de coração, eu não sou racista.
Aquela palavra macaco não foi racismo, foi no calor do jogo",
afirmou. Patrícia foi um dos torcedores do Grêmio que, durante a partida
contra o Santos pela ×Copa do Brasil, ofenderam o goleiro ×Aranha,
chamando-o de macaco. Ela e os outros torcedores estão sendo
investigados pela Polícia Civil podem ser indiciados por injúria racial.
A pena pode chegar a três anos de prisão. Patrícia, no entanto, foi
flagrada pelas imagens de televisão. Após o incidente, a casa de
Patrícia foi apedrejada por um vizinho e ela não retornou mais à
residência. Aranha condenou esse tipo de atitude e disse que não se
justifica um erro com outro. "Até entendo tem pessoas que estavam com
aquilo engasgado. Mas um erro não justifica o outro. Temos de respeitar
os mais próximos. Fiquei chateado pelo que aconteceu com a casa da
garota". O ato racista de parte da torcida do Grêmio fez com que o clube
gaúcho fosse punido pelo STJD. A equipe foi excluída do da ×Copa
do Brasil. Aranha não quis entrar na questão se a punição ao clube foi
correta ou não. Mas, segundo ele, alguma coisa deveria ser feita pelas
autoridades. "Sobre as regras, há pessoas mais competentes para
falar.Mas agradeço o empenho de todos para que as coisas fossem
adiantes. Não cabe a mim julgar a decisão do STJD", afirmou. "Se não
fosse tomada nenhuma atitude, praticamente estariam concordando com
aquilo que aconteceu."
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