Thiago Fukuda | Foto: Arquivo Pessoal
O mal de Parkinson atinge cerca de 300 mil pessoas no
Brasil, de acordo com dados da Associação Brasil Parkinson e, na Bahia, o
número de acometidos pela doença fica entre 15 e 20 mil pessoas.
Daqueles que sofrem com a enfermidade degenerativa no estado, apenas 10%
a 15% realizam tratamento. Uma realidade que, segundo o neurologista
Thiago Fukuda, é algo preocupante, já que a falta de tratamento leva ao
rápido agravamento da doença. De acordo com ele, tal situação acontece
na Bahia porque há diferenças de acesso da população aos serviços de
saúde. “Na Bahia, a população, sobretudo a carente, tem menos acesso a
especialistas, como o neurologista. Além disso, na própria Bahia, só
temos um centro público especializado no Parkinson, que fica em
Salvador. O próprio estado centraliza somente na capital a assistência
aos portadores da doença”, afirmou. Um estudo realizado em 2007 pela
Universidade de Rochester (EUA) revelou que o número de casos da doença
deve dobrar no Brasil nos próximos 23 anos. Um dos motivos é o aumento
da expectativa de vida da população brasileira, já que o Parkinson
incide com maior frequência sobre pessoas acima dos 60 anos. Para
Fukuda, o país deve dar mais importância ao impacto social da
enfermidade e se preparar para o futuro aumento no número de casos. “O
Brasil deveria realizar uma descentralização dos profissionais que
possam fazer o diagnóstico da doença, não só deixá-los nos grandes
centros urbanos ou em determinadas regiões do país. Precisa também se
preparar farmacologicamente, criar centros de distribuição de
medicamentos para que ela não seja feita só em centros de referência, em
grandes centros urbanos”, frisou. Fukuda também afirmou que a população
precisa ser mais esclarecida com relação à doença. “O nível de
informação tem aumentado, mais ainda é pouco. Há uma divulgação muito
menor do que a do infarto cardíaco. Todo mundo conhece os sintomas do
infarto, mas, no caso de uma leve lentificação do movimento, ninguém
pensa que pode ser o início do Parkinson para procurar um especialista”,
afirmou. Fukuda explicou também que ainda não há medicamento que impeça
a evolução da doença, mas que o diagnóstico precoce é essencial para
que o portador da doença tenha uma melhor qualidade de vida. “As
medicações conseguem propiciar uma qualidade de vida muito boa a quem
tem um diagnóstico mais precoce. Além disso, outros métodos, que não são
medicamentos, como terapias, melhoram a vida do paciente. Se você
diagnostica a doença precocemente, há uma melhor qualidade vida por mais
tempo”, completa.
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