Diretório Nacional do PT homenageia José Eduardo Dutra Foto: Divulgação
A construção da governabilidade no Congresso Nacional em torno do
ajuste fiscal “para o país seguir seu rumo” será a prioridade do PT,
disse hoje (29) o presidente do Partido Rui Falcão após reunião do
Diretório Nacional do PT, em Brasília. De acordo com Falcão, o partido
caminhará unido para aprovar as matérias relativas ao ajuste,
priorizando as pautas que o governo encaminhou para o Congresso
Nacional, por exemplo, a aprovação da LDO [Lei de Diretrizes
Orçamentárias], do projeto que trata da repatriação de recursos [no
exterior e não declarados] e a DRU (Desvinculação de Receitas da União)
No documento aprovado nesta quinta-feira, o diretório sugere mudança
na política econômica do governo. “Nós apontamos algumas sugestões, mas
não listamos todas, até porque o diretório não é a instância para se
debater a fundo a política econômica”, disse Falcão.
Entre as sugestões, segundo o presidente do PT, estão dar mais ênfase
“ao mercado interno, ao crédito, à redução paulatina da taxa de juros,
às pautas de aumento da arrecadação sugeridas pela bancada de deputado, à
aprovação da CPMF [Contribuição Provisória sobre Movimentação
Financeira] e à taxação sobre lucros e dividendos e das grandes
fortunas”. Falcão disse que as propostas foram inspiradas em um
documento da Fundação Perseu Abramo, ligada ao partido.
O PT se posiciona ainda contra cortes nos gastos com programas
sociais, como o Bolsa Família, ou nos investimentos públicos. O partido
pede também a reativação do Conselho de Desenvolvimento Econômico e
Social e que órgão faça debates com trabalhadores e movimentos sociais,
além de debates setoriais com “cadeias produtivas capazes de gerar
empregos”. A iniciativa serviria para ajudar a construir uma
governabilidade que não “se assente só no Congresso Nacional. “É preciso
que haja participação da sociedade para avançar na ideia da
governabilidade social”.
Ao analisar o cenário político no Congresso, os petistas teceram
várias críticas ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
considerado como um dos principais líderes da ala conservadora da Casa.
“A situação na Câmara priorou, depois que a ala mais reacionária do PMDB
[liderada por Cunha], assumiu uma liderança de agenda de
contrarreformas”, disse.
Perguntado se o partido pedirá a saída de Cunha, citado pela
Procuradoria-Geral da República como dono de contas secretas na Suíça,
Falcão disse que a ação do PT se restringirá ao Conselho de Ética. “O PT
não vai tratar do assunto, só no Conselho de Ética, lá a bancada do PT
votará unitariamente sob orientação da Executiva Nacional”, afirmou.
Segundo Falcão, o partido analisou o que chamou de “ofensiva de
ódio”, disseminada contra o PT, as lideranças do partido, a presidenta
Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Ela é
visível nas ruas. O que aconteceu com o ex-senador [Eduardo] Suplicy, ou
com o ex-ministro Guido Mantega atestam isso. A agressividade contra o
PT; essas manifestações que se fazem contra o PT e o [ex-]presidente
[Lula], é uma ofensiva conservadora, é uma campanha de ódio que nunca
tínhamos visto antes no país”, disse.
Para o presidente do PT, há uma campanha coordenada para fragilizar o
ex-presidente Lula e que teria “núcleos da Polícia Federal, do Poder
Judiciário e Ministério Público”. De acordo com Falcão, as ações contra
os petistas se valem de momentos simbólicos do partido e citou a
intimação do filho de Lula, Luiz Cláudio Lula, na noite do aniversário
de 70 anos do ex-presidente. “Intimar uma pessoa às 23h, pelo que me
consta, isso é ilegal”, afirmou.
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