Foto: Divulgação
O papa Francisco embarca neste domingo (29) para a capital da
República Centro-Africana, a cidade de Bangui, que está devastada pela
guerra civil. A viagem, confirmada na noite deste sábado (28), era
motivo de dúvida por parte do Vaticano por razões de segurança. "Vamos
tomar o avião e voar para Bangui", disse o padre Federico Lombardi. A
confirmação veio no fim de um dia em que o papa honrou mártires cristãos
em Uganda, reuniu-se com jovens e cumprimentou o clero local. A
República Centro-Africana é palco de uma guerra civil desde 2013. O
conflito tem cada vez mais assumido um caráter religioso, com os grupos
armados divididos entre muçulmanos e cristãos. O bairro muçulmano de
Bangui tem sido duramente atingido, sob o cerco de milícias cristãs. O
papa planeja visitar uma mesquita no bairro como parte de seu esforço
para promover a reconciliação, que incluirá também uma reunião com
lideranças cristãs e muçulmanas. "Eu quero ir para a África Central",
disse o papa ao piloto de seu avião na última quarta-feira, de acordo
com o jornal do Vaticano. "Se você não for capaz de me levar, me dê um
paraquedas", brincou o pontífice. A estadia do papa no país, programada
para durar pouco mais de 24 horas, será um dos casos raros em que um
papa viaja para uma zona de guerra. É também a última etapa de um tour
africano por três países. A primeira visita do papa ao continente
começou quarta-feira, no Quênia, e depois passou por Uganda. O Vaticano
tomou a rara decisão de enviar o chefe da segurança papal em uma missão
especial de reconhecimento pouco antes de o papa viajar para a África. O
padre Lombardi disse que o funcionário, Domenico Giani, entrou em
contato várias forças para manter a ordem em Bangui. O porta-voz se
recusou a fazer mais comentários sobre questões de segurança. A França
tem cerca de 900 tropas em Bangui, mas diz que a responsabilidade
primária pela segurança encontra-se com uma força multinacional de paz
da ONU.
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