sábado, 5 de março de 2016

Militantes fazem vigília em frente a prédio de Lula, no ABC

Militantes se reúnem na frente do prédio onde Lula mora para apoiar o ex-presidente (Foto: Vivian Reis / G1)
 
Cerca de 250 militantes petistas e simpatizantes estão reunidos desde o início da manhã deste sábado (5) na frente do prédio onde mora Luiz Inácio Lula da Silva, em São Bernardo do Campo, no ABC. Eles estão em vigília para demonstrar apoio ao ex-presidente, que é investigado pela Justiça Federal por suspeita de ter sido beneficiado pelo esquema de desvios de dinheiro na Petrobras.
De acordo com a Polícia Militar (PM), que estimou o número de participantes e fazia a segurança dos manifestantes, o ato seguia pacífico na Avenida Francisco Prestes Maia, em frente ao edífício onde Lula mora. Os militantes ocupavam uma das pistas da via, no sentido centro.
"Lula é meu amigo. Mexeu com ele, mexeu comigo" e "não vai ter golpe" eram os gritos entoados pelo grupo, que mostrava cartazes contrários a investigação da Justiça. Jornalistas de diversos órgãos de imprensa acompanhavam o ato.
O ex-presidente foi o principal alvo da 24ª fase da Operação Lava Jato. A Polícia Federal (PF) fez buscas e apreensões em endereços ligados a Lula na sexta-feira (4). Os sigilos bancários e fiscal do petista, do Instituto Lula e de sua empresa de palestras foram quebrados por determinação judicial.
Na manhã de sexta, agentes também levaram o petista de sua residência, em São Bernardo, na Região Metropolitana de São Paulo, em cumprimento a mandado de condução coercitiva. Lula foi levado para um salão de autoridades no Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul da capital, para prestar depoimento obrigatório, onde, segundo seus interlocutores, negou qualquer favorecimento no esquema de corrupção da Petrobras.
Durante a tarde, a presidente Dilma Rousseff criticou a condução de Lula para depor. Ao lado de 12 ministros, disse que a medida foi "desnecessária". Ela ligou para o ex-presidente após o depoimento dele à PF.
"Quero manifestar o meu mais absoluto inconformismo com o fato de o ex-presidente Lula, que por várias vezes compareceu de forma voluntária para prestar esclarecimentos perante as autoridades, seja agora submetido a uma desnecessária condução coercitiva para prestar mais um depoimento", disse.
Durante a ação dos agentes da PF, grupos apoiadores e críticos ao ex-presidente chegaram a entrar em confronto em frente à casa do ex-presidente e no saguão do aeroporto de Congonhas.
Após ser liberado na tarde de sexta, o ex-presidente fez pronunciamento na sede do PT, em São Paulo, onde disse ter se sentido "prisioneiro", que "jamais" se recusaria a prestar qualquer depoimento, e falou ser vítima de perseguição. Mais tarde, se ofereceu para concorrer à Presidência em 2018.
Diversas cidades brasileiras registraram um "aplaudaço" em apoio à Polícia Federal na noite desta sexta. O movimento foi convocado pelas redes sociais. As manifestações ocorreram em ao menos 14 estados. Além de São Paulo, houve manifestações em outras cidades, como Rio de Janeiro, Fortaleza, Porto Alegre e Belo Horizonte.

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