O ministro Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello criticou de forma contundente à decisão do juiz Sergio Moro de determinar a condução coercitiva do ex-presidente Lula, ocorrida nesta sexta-feira (4) para depoimento. "Condução coercitiva? O que é isso? Eu não compreendi. Só se conduz coercitivamente, ou, como se dizia antigamente, debaixo de vara, o cidadão que resiste e não comparece para depor. E o Lula não foi intimado", afirma Marco Aurélio Mello. De acordo com a colunista Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo, o ministro cobrou calma a respeito das medidas judiciais empregados no episódio. "Precisamos colocar os pingos nos 'is'. Vamos consertar o Brasil. Mas não vamos atropelar. O atropelamento não conduz a coisa alguma. Só gera incerteza jurídica para todos os cidadãos. Amanhã constroem um paredão na praça dos Três Poderes", ponderou. Ainda segundo a Folha, outro magistrado do STF, que preferiu não se manifestar, concorda com a opinião de Mello. Marco Aurélio ainda ironizou o argumento do juiz Moro e dos procuradores de que a medida seria respaldada na intenção de garantir segurança ao ex-presidente. "Será que ele [Lula] queria essa proteção? Eu acredito que na verdade esse argumento foi dado para justificar um ato de força". Ainda segundo Mello, Moro "estabelece o critério dele, de plantão", o que seria um risco. "Nós, magistrados, não somos legisladores, não somos justiceiros," pontuou.
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