A campanha de Ireuda Silva (PRB) para a eleição deste ano teve apenas R$ 1,8 mil – segundo dados apresentados pelo site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até esta quarta-feira (5) –, um trocado em comparação com as cifras de até seis dígitos investidas por outros concorrentes à Câmara de Salvador. Ainda assim, a radialista foi a 13ª candidata mais votada da capital baiana e agora promete levar ao legislativo municipal uma pauta em defesa das mulheres. Natural de Feira de Santana, ela está em Salvador há 32 anos e se habituou a dedicar seu tempo em projetos sociais, especialmente os dedicados a mulheres. A ideia de se candidatar a um cargo público surgiu há cerca de um ano, estimulada por colegas que atuavam com ela em trabalhos sociais. "As pessoas sempre achavam que eu tinha um espírito de liderança. Houve realmente uma conversa sobre fazer um trabalho maior”, afirmou. Há pouco menos de um ano, ela deu origem ao projeto 'Mulheres Notórias', que leva atendimento médico e palestras de autoestima a comunidades da capital baiana. Na Câmara, ela planeja seguir a mesma linha de atividades. "Eu pretendo trabalhar em prol das mulheres, lutar pela mulher. Eu já trabalho fazendo isso e é isso que eu quero continuar", explica a vereadora eleita. Sem muito dinheiro para investir, ela relata que apostou no corpo a corpo e na conversa com os eleitores para conseguir seus 11.888 votos. "Nós não gastamos porque não tínhamos”, reconhece. "Já consegui reunir 500 mulheres em palestras de motivação. Lutei na rua e isso contribuiu muito". Ireuda é membro da Igreja Universal do Reino de Deus, mas assegura que a questão religiosa não deve interferir em suas atividades legislativas. "Em hipótese nenhuma", enfatiza, garantindo que não pretende trazer à pauta da Casa temas polêmicos, como aborto ou a questão de gênero, tratando deles apenas "de acordo com a necessidade" apresentada no dia a dia. "Até mesmo na minha campanha, pode-se ver que não tem nenhuma influência religiosa. Eu tive apoio também dos terreiros", exemplificou.
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