Atores veteranos do Brasil têm enfrentado dificuldade para conseguirem espaço em produções nacionais, principalmente na televisão. Mas este problema não parece ter afetado o global Marcos Caruso, que apresenta neste final de semana o espetáculo “O Escândalo Philippe Dussaert”, no Teatro ISBA, em Salvador. Apesar da dificuldade que alguns contemporâneos enfrentam para arranjarem trabalho, o artista, que se considera “um homem do teatro”, tem conseguido emendar diversos compromissos. “Vou estrear um seriado chamado ‘Filhos da Pátria’, dirigido por Maurício Farias, vou estar na próxima novela das sete ‘Pega Ladrão’, que estreia em junho, e na 3ª temporada da ‘Escolinha do Professor Raimundo’. Além disso, já tenho gravado ‘Brasil a Bordo’ com Miguel Falabella para o início de 2018”, enumerou. Questionado sobre a falta de papéis para atores mais velhos, Marcos minimizou: “Eu não tenho do que me queixar. Acho que tem espaço para todo mundo, mas evidentemente nossa teledramaturgia baixa um pouco a idade das pessoas e os protagonistas jovens estão tendo hoje mais espaço. Mas eu sou um ator de 65 anos e ano passado fui convidado para cinco produções da Rede Globo”. A peça “O Escândalo Philippe Dussaert” traz as observações do dramaturgo frânces Jacques Mougenot, autor do texto, sobre o lugar e o valor da arte contemporânea. A atração esteve em cartaz durante dez anos em Paris e estreou em agosto no Rio de Janeiro com casa lotada. A peça já foi indicada a seis prêmios, ganhando o Prêmio Shell de Melhor Ator, os Prêmios Cesgranrio, Botequim Cultural e São Sebastião de Cultura e de Melhor Espetáculo de Humor. Com 43 anos de carreira, Marcos Caruso conta sobre a felicidade de ganhar os prêmios. “Ser indicado para qualquer ator já é um grande prêmio, entre tantos espetáculos ficamos entre os cinco melhores, e ser indicado pela crítica então”. “Eu acho que o espetáculo merece os prêmios que ganhou porque é uma peça realmente bem concebida”, completou. O ator promete um tom intimista à apresentação. “Falo com o público diretamente, olhando nos olhos das pessoas, com a plateia levemente iluminada”. As exibições acontecem no sábado (25) às 21 horas e no domingo (26) às 19 horas. O ator, que interpretou um fictício governador da Bahia no seriado “O Canto da Sereia”, garantiu que a relação com Bahia é muito anterior ao personagem. “Eu tive algumas experiências em Salvador. Gravei aqui o filme ‘Memórias Póstumas de Brás Cubas’ nos anos 90 e, além do ‘Canto da Sereia’, participei de várias peças aqui, como autor e ator”. Sobre a relação com o público baiano ele responde: “Considero o público de Salvador muito importante, com um interesse cultural muito grande é um enorme prazer ter voltado para essa grande capital” conclui.
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