Os controladores da JBS, organizados por meio da FB Participaçoes, podem ter evitado uma perda de R$ 138 milhões com a venda de ações às vésperas de os executivos da empresa assinarem acordo de delação premiada, segundo informações obtidas pelo Ministério Público Federal. Nesta terça-feira (9), a JBS foi alvo de busca e apreensão na Operação Tendão de Aquiles, que investiga uso de informação privilegiada por parte das companhias.
A FB Participações é a empresa que reúne os negócios da família Batista. Segundo as investigações, a FB vendeu cerca de 42 milhões de ações da JBS, reduzindo a participação na empresa de 44,35% para 42,80% em meio às negociações do acordo de delação. Como os papéis da JBS despencaram após a delação vir a público, na noite de 17 de maio, a FB deixou de perder dinheiro como os demais acionistas.
Desde que a delação foi divulgada, as ações da JBS chegaram a perder quase 40% do seu valor. Até a última quinta-feira (8), a empresa acumula perdas de cerca de 20% de seu valor de mercado.
De acordo com o MPF, a estimativa da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é que o momento em que a venda foi feita permitiu à controladora da JBS evitar a perda potencial de R$ 138 milhões.
O que mais chama atenção do MPF, entretanto, é que a própria JBS – que tem, entre os seus acionistas, o braço de investimentos do BNDES – comprou ações que estavam sendo vendidas pela controladora.
O acordo de delação dos executivos da JBS foi firmado em 3 de maio. Entre 24 e 27 de abril – dias antes, portanto – a JBS comprou cerca de 19,8 milhões de ações da própria empresa, segundo as investigações. Desse total, 7,2 milhões foram vendidas pela FB Participações. A operação é considerada atípica.
A JBS informou que "todas as operações de compra e venda de moedas, ações e títulos realizadas pela J&F, suas subsidiárias e seus controladores seguem as leis que regulamentam tais transações".
FONTE: G1
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