Passado o julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e confirmada a projeção de absolvição de Michel Temer, o governo vai investir na arrumação de sua base, na tentativa de barrar no Congresso a já esperada denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Convencido de que Janot o acusará perante o Supremo Tribunal Federal (STF), Temer montou uma estratégia para dar aos deputados e senadores o que eles quiserem – de cargos à liberação de emendas – e avalia até mudanças ministeriais.Se Janot denunciar Temer – tomando como base delações do empresário Joesley Batista, dono da JBS -, o Supremo terá de obter autorização da Câmara para abrir ação penal contra ele.
Para impedir a investigação, o presidente precisará de pelo menos 172 dos 513 deputados. Dividido, o PSDB parece cada dia mais próximo do desembarque do governo, mas a decisão final será tomada na segunda-feira, em reunião do Diretório Nacional, com a presença de governadores.
No Palácio do Planalto há preocupação não apenas com a possível saída dos tucanos, mas também com o “efeito dominó” em outros partidos.É com esse diagnóstico que Temer articula uma operação “segura base”, intensificando contatos com aliados. Nesses encontros, o peemedebista dá explicações sobre as denúncias, diz ter caído em uma “armadilha” de Joesley, pede apoio e assegura que provará sua inocência.
”O presidente deixou claro para nós que usará todas as forças para não cair. Fará tudo o que for necessário para governar”, contou o senador Telmário Motta (PTB-RR). “Ele é muito habilidoso e sabe tratar o Legislativo. Vai ampliar o diálogo e fará as reformas que o mercado quer”, afirmou.
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