Um vídeo que registrou uma confusão ocorrida dentro de uma loja de conveniência de um posto de combustíveis na Rua Miguel Burnier, na Barra, mostra o momento em que a advogada Eduarda Mercês Gomes é abordada pela Polícia Militar. O caso aconteceu por volta das 21h30, por volta das 21h30. No vídeo, uma equipe da PM imobiliza a mulher de maneira agressiva – um dos policiais ouve uma queixa de uma das mulheres presentes, que pede para que ele tire o pé da barriga de Eduarda. Um homem que também estava no local chama a atenção sobre a abordagem, que estava sendo feita por policiais do sexo masculino. “É mulher que tinha que estar aí, ó”. Um homem se aproxima dos policiais e é afastado com um forte empurrão, caindo sobre mesas e cadeiras do estabelecimento. Enquanto Eduarda é encaminhada pela viatura, a guarnição recebe vaias e gritos – outros presentes registram a detenção com o celular. Eduarda grita para uma pessoa não identificada: “eu sou advogada, porra, eles se lascaram”. Segundo informações do jornal Correio, o conflito começou quando um rapaz pediu para usar o banheiro da loja e foi impedido por um funcionário, que informou que ele não poderia utilizar o sanitário sem ter consumido nada no local. “Ela se prontificou a pagar qualquer coisa para que ele usasse o banheiro, porém um dos empregados disse que não ia deixar ele usar o banheiro, porque já estava tendo confusão naquele lugar e que já tinha chamado a polícia", relatou o advogado Roberto João Starteri Filho, que acompanhou o caso. Ainda de acordo com a defesa de Eduarda, ela se apresentou como advogada à polícia, para tentar mediar a situação. "Os policiais a jogaram no chão, subiram em cima do corpo dela, e também a algemaram", relatou. Ela foi encaminhada à Central de Flagrantes da Polícia Civil, onde o caso foi registrado. A assessoria da Polícia Militar, em nota, relatou outra versão dos fatos. Em nota, a PM afirma que os policiais foram acionados para atender uma ocorrência de ameaça a um funcionário do posto de gasolina, porque os clientes queriam usar um banheiro que estava interditado. "Os clientes tentaram agredir o funcionário fisicamente e proferiram palavras de cunho racista", diz o comunicado oficial. De acordo com a assessoria da Polícia Civil, a advogada foi indiciada por injúria racial ao funcionário do posto de gasolina e por desacato a um policial da 11ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Barra). A polícia informou também que Eduarda não fez nenhum registro de agressão contra os PMs, mas recebeu uma guia para fazer os exames de lesão corporal. Segundo a titular da 14ª Delegacia (Barra), Carmen Dolores Bittencourt, que vai apurar o ocorrido, o processo foi encaminhado para a unidade na tarde desta segunda. "Recebi o inquérito, ela (advogada) foi acusada de injúria racial. Vou intimar as testemunhas e solicitar as imagens do circuito interno do posto e da loja". O advogado de Eduarda nega o crime de injúria racial. "Ela me disse que não agrediu nenhum policial, e no depoimento ela disse que não agrediu policial e que não proferiu palavra de baixo calão", afirmou. A advogada passou por exames no Instituto Médico-Legal Nina Rodrigues após deixar a Central de Flagrantes, e passou por novos exames nesta segunda-feira (12). "Depois, ela foi levada para a delegacia de flagrantes, foi no IML fazer o exame de corpo de delito. E hoje foi fazer exames particulares, porque ela me disse que não conseguiu nem dormir de dor", contou Starteri. Veja abaixo o momento da abordagem:
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