Na denúncia, Janot tenta imputar a Temer a liderança do grupo político formado por aliados dele como Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves, presos por corrupção e lavagem de dinheiro.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deixou rastros de uma das últimas flechas que pretende atirar em direção ao presidente da República, Michel Temer, na denúncia do "quadrilhão do PT". Janot aponta que o PMDB da Câmara recebeu, pelo menos, R$ 350 milhões do esquema de corrupção e cartel na Petrobrás.
A denúncia, que será encaminhada nesta semana ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, relator da Lava Jato, foi preparada para ter como alvo direto o presidente, apesar de Temer não ser investigado no inquérito que apura o pagamento de propinas a deputados do PMDB.
Janot tenta imputar a Temer a liderança do grupo político peemedebista na Câmara formado por aliados dele como os ex-presidentes da Casa Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves, presos acusados de corrupção e lavagem de dinheiro. De acordo com as investigações, o grupo político recebeu de 1% a 5% de propina desviados de recursos de contratos da Petrobrás. Um dos operadores do esquema é o corretor Lúcio Funaro, que admitiu em colaboração premiada intermediar repasses aos peemedebistas.
Um dos pontos da nova denúncia envolve o período da reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2006. De acordo com o procurador-geral da República, o PT buscou no PMDB apoio para recompor a base afetada com as denúncias do mensalão. O governo, na época, queria a aprovação da prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), que estava nas mãos do PMDB, sob relatoria Cunha.
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