Governistas esperam um placar semelhante ao obtido na votação da primeira denúncia contra o presidente Michel Temer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara ou um número ainda maior de votos contrários à peça acusatória, afirmou nesta ontem o vice-líder do governo na Casa, deputado Beto Mansur (PRB-SP). A CCJ, como na primeira denúncia, deve elaborar um parecer sobre a denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República contra o presidente. Desta vez, a acusação engloba ainda dois ministros de Temer, Moreira Franco, da Secretaria-Geral da Presidência, e Eliseu Padilha, da Casa Civil.
Ao relatar que na votação anterior o parecer pela rejeição da denúncia, de autoria do deputado Abi-Ackel (PSDB-MG), foi aprovado pela comissão por 41 votos a 24, Mansur afirmou que o governo trabalha na busca de votos. “A gente espera logicamente repetir esse número ou ter eventualmente um número maior”, disse o vice-líder. “O que a gente está fazendo é buscando os votos, conversando com os parlamentares, a gente sabe que a denúncia é muito fraca.”
A apresentação do parecer sobre a nova denúncia, a cargo do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), está prevista para hoje. A leitura do relatório, no entanto, corre o risco de ficar para quarta-feira, a depender do horário em que o documento for protocolado na CCJ. A votação na comissão está agendada para o dia 17.
A sessão de hoje será a primeira da CCJ para analisar a denúncia contra Temer e seus ministros. O primeiro a se manifestar será o relator, que apresentará o parecer pela admissibilidade ou arquivamento do pedido da PGR. Na sequência será dada a palavra aos três advogados de defesa, que poderão fazer a sustentação oral pelo mesmo tempo que for concedido ao relator.
Ao término das apresentações do relator e dos defensores, é dado como certo o pedido de vista. Assim, o processo só voltará à pauta da CCJ após duas sessões. A comissão se reunirá novamente para discutir o tema no dia 17 de outubro, data destinada aos debates. Na ocasião, poderão falar os 132 membros titulares e suplentes, 40 não-membros (20 a favor e 20 contra o parecer) e líderes de bancada. Só após todos os parlamentares discursarem na comissão é que acontecerá a sessão de votação do parecer. A expectativa é que o tema vá a plenário entre os dias 23 e 24 de outubro.
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