quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Por unidade, Alckmin aceita presidir o PSDB


     
Foto: Nilton Fukuda/Estadão

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, aceitou ontem comandar o PSDB. O novo presidente da legenda será oficialmente definido na convenção nacional do partido, marcada para o próximo dia 9, em Brasília. O senador Tasso Jereissati (CE) e o governador de Goiás, Marconi Perillo, desistiram da disputa e, com o gesto, abriram caminho para Alckmin assumir a legenda, buscar a unificação da sigla e fortalecer seu nome como eventual candidato à Presidência da República em 2018. "Ambos (Tasso e Perillo) disseram que abririam mão se eu tivesse disposição de participar do processo de escolha. Eu agradeci a generosidade e o desprendimento. Se meu nome puder unir o partido, como vigoroso instrumento de mudança para o Brasil, é o nosso dever", disse Alckmin após jantar no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, com Tasso, Perillo e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. 
A articulação para evitar uma disputa interna entre a ala dos "cabeças pretas" - representada por Tasso e crítica ao presidente Michel Temer - e a dos "cabeças brancas" - de Perillo, que defende o peemedebista - foi coordenada por FHC. A movimentação pró-Alckmin busca uma solução para o impasse que quase levou o PSDB à implosão após o presidente licenciado, Aécio Neves (MG), destituir Tasso do comando interino da legenda e substituí-lo pelo ex-governador Alberto Goldman. Diante da insistência dos jornalistas sobre se sua declaração significava a aceitação do cargo, o governador respondeu: "Topo" "Se for esse o caminho para unir o partido, nosso nome está à disposição", afirmou Alckmin. O governador foi questionado também sobre sua posição em relação ao desembarque do PSDB da gestão Temer. "Minha posição nunca mudou. Sempre achei que não devia ter entrado, mas a decisão majoritária na época foi outra", afirmou.
Entre os tucanos uma aliança com o PMDB não está descartada, mas uma eventual defesa do governo na campanha é uma questão que ainda divide o partido. Apesar do posicionamento de Alckmin, o Palácio do Planalto, com o acordo que vai evitar um confronto pelo comando do PSDB, vê agora brecha para uma possível composição eleitoral no próximo ano. Conforme mostrou o jornal O Estado de S. Paulo no sábado, 25, Temer articula uma frente de centro-direita para defender sua gestão e tentar isolar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A aliança seria formada pelo PMDB e mais seis partidos, incluindo o PSDB - mas Alckmin, à frente do partido, terá de se reaproximar do partido de Temer. 

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