Apesar de afirmar que só vai tomar uma decisão sobre disputar a Presidência da República em março ou início de abril de 2018, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD), adotou ontem um discurso de candidato e já apresentou propostas de um programa de governo. "Em primeiro lugar, é importante manter a agenda de reformas modernizantes na economia. Em segundo lugar, é fundamental manter e aumentar a profissionalização das empresas estatais. Em terceiro lugar, estaria implementar as reformas microeconômicas voltadas para o aumento da produtividade", afirmou o ministro, em entrevista à Rádio BandNews, após ser perguntado sobre os três pontos que considerava que deveriam ser mantidos pelo próximo presidente. "Não acho que deve haver mudança de direção", disse.
Questionado se acredita que terá o apoio do governo Michel Temer na sua eventual candidatura, Meirelles respondeu que primeiro precisa tomar a decisão de concorrer ou não, para a partir daí ver como se desenvolve a estrutura de apoio em torno do seu nome. Nos últimos dois dias, essa foi a terceira entrevista concedida por Meirelles a uma rádio. Anteontem, ao falar à Rádio Tupi, do Rio, ele disse acreditar que, como presidente da República, teria condições de colocar o Brasil nos trilhos. Ao ser questionado sobre o tema, respondeu: "Acredito que sim. Já na posição de ministro da Fazenda, conseguimos tirar o Brasil da maior recessão da história. O Brasil já voltou a crescer, portanto acredito que teremos condição de ampliar esse trabalho", afirmou.
Ontem, o ministro também avaliou que a possibilidade de concorrer à Presidência não prejudica o apoio à reforma da Previdência da parte de partidos que desejam lançar candidatos. Durante a entrevista, Meirelles voltou a enfatizar a necessidade da aprovação da reforma previdenciária, cuja votação na Câmara dos Deputados foi adiada para fevereiro. "Precisamos aprovar a (reforma da) Previdência e continuar a agenda fiscal para cumprirmos o teto de gastos nos próximos anos. As reformas diminuirão o risco fiscal e vão tirar esse componente da taxa de juros", afirmou. O ministro disse estar confiante na aprovação da reforma, porque, segundo ele, os números da Previdência são brutais. Ele lembrou que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) já consome 55% do Orçamento, volume que pode subir para 80% daqui a dez anos.
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