Muito embora o governador Rui Costa (PT) tenha sinalizado que as suplências ao Senado devem ficar entre o PSB, o PP e o PR, o presidente do PCdoB na Bahia, Davidson Magalhães, disse, ontem, que o seu partido mantém o pleito pela vaga de substituto da Câmara Alta do Congresso Nacional. Anteontem, o chefe do Palácio de Ondina afirmou uma posição deve ficar com um partido “vermelho”, isto é ligado à esquerda, e a outra com uma sigla “azul”, de centro. Além disso, ressaltou que os socialistas terão “prioridade” para indicar um suplente, já que a senadora Lídice da Mata (PSB) não vai integrar a chapa. Logo, a vaga da esquerda seria ocupada pelo PSB e os comunistas, que também pleiteiam, ficariam de fora.
Nos bastidores, o comentário é de que a senadora deve ser postulante à Câmara dos Deputados e o parlamentar federal Bebeto Galvão (PSB) deve ser indicado para a suplência de Jaques Wagner (PT), que será candidato ao Senado. Em troca, o deputado vai transferir os votos das suas bases eleitorais para a Lídice. Especula-se também que Rui Costa teria prometido a Bebeto uma secretaria no eventual segundo mandato, caso Jaques Wagner não assuma um cargo e permaneça no Senado. A outra vaga de “reserva” da Casa Alta deve ficar com o PP ou PR. Os republicanos garantem, no entanto, que o posto ficará com eles, já que os progressistas foram contemplados com a vice-governadoria. O número 2 do Palácio de Ondina, João Leão (PP), será candidato à reeleição, na chapa.
“Acho que tem várias interpretações [a declaração de Rui Costa]. No próximo Senado, vamos ter, se confirmado, dois azuis [Otto Alencar e Angelo Coronel] e um vermelho [Jaques Wagner]. Isso também precisa ser equilibrado. Não vejo, então, o discurso do governador como excludente. O PCdoB tem participado da discussão e tem o direito legitimo de pleitear uma vaga, até porque não participou em nenhuma das últimas três chapas”, afirmou Davidson Magalhães, em entrevista à Tribuna.
Já o deputado federal Daniel Almeida (PCdoB) disse que “faltou cuidado” ao governo no debate da composição e reclamou da “falta de reconhecimento” ao PCdoB, que pode ficar sem espaço na majoritária. “Nós não temos tido o reconhecimento que gostaria pela história que a gente tem. O PCdoB é o mais antigo, mais leal aliado. Tem faltado levar em conta esse compromisso histórico”, frisou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário