sexta-feira, 20 de julho de 2018

Rui descarta Wagner como plano B de Lula

Um dos primeiros líderes do PT a defender publicamente a possibilidade de apoiar Ciro Gomes (PDT) para a Presidência, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), afirmou nesta quarta-feira as conversas do pedetista com DEM e partidos do "Centrão" afastam as chances da sigla fazer uma aliança com Ciro em caso de indeferimento da candidatura do ex-presidente Lula (PT). "É evidente que afasta. Até porque toda concordância nossa até aqui com o arcabouço de ideias que ele colocou, na medida em que tenha que recompor suas ideias para fazer esses acordos é evidente que afasta", disse Costa, após participar de evento em Brasília sobre mobilidade urbana. "Não é possível ter agenda que envolva, eu diria, propostas tão diferentes", afirmou. Costa deve ter apoio de 12 a 14 partidos para a sua reeleição, entre eles alguns do Centrão, como PP e PR. O DEM será seu principal adversário. Apesar de afirmar que há afastamento, ele disse que Ciro, como candidato, tem liberdade para procurar o maior número de aliados possível para vencer a eleição.
O governador da Bahia defendeu que o melhor candidato para reconstruir o país é Lula, mas que, caso se comprove que ele não terá condições de disputar, o partido procure uma alternativa em uma sigla aliada. "Evidentemente, se a decisão majoritária do PT for candidato do próprio PT, vamos assim, mas acho que pode e deve ser uma alternativa ao PT", disse.
Essa é a posição, também, do ex-governador da Bahia Jaques Wagner (PT), aliado de Costa e que concorrerá ao Senado. "A chapa está fechada, ele não concorrerá à Presidência", disse.
Rui Costa evitou comentar quem seria esse nome alternativo "porque isso vai virar manchete amanhã" e "enfraquece a candidatura do Lula", mas destacou que a indefinição do quadro eleitoral, em que não se sabe, a menos de 80 dias do primeiro turno, sequer quem serão os candidatos, provoca instabilidade e afasta investimentos do país.
Ele rejeitou que o PT seja culpado por esse quadro de indefinição. "É como querer culpar a mulher estuprada por estar de saia curta. Você não pode ser atacado por defender um direito seu", afirmou. Por Raphael Di Cunto/Valor Econômico

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