Ainda faltam duas semanas para a Lavagem do Senhor do Bonfim, mas desde já se sabe que o pontapé inicial da corrida eleitoral de Salvador será esvaziado de estrelas políticas – pelo menos do lado petista da disputa. O governador Rui Costa fez uma cirurgia para retirada de nódulos mamários e deve ficar distante de muvucas para evitar contato físico.
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O ex-governador Jaques Wagner, que poderia ocupar esse espaço, também passou por um procedimento cirúrgico e caminha para estar ausente da festa. O PT tentava trazer o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a caminhada, o que não deve acontecer. Será mais um momento para que o grupo de ACM Neto (DEM) surfe isolado pelas ruas da Cidade Baixa? Possivelmente.
Há algum tempo o prefeito da capital baiana gasta muito mais tempo no trajeto do que os adversários, ao adotar a estratégia do “beija mão”, uma herança do modelo do ex-senador Antônio Carlos Magalhães. Ainda assim, havia certo equilíbrio dos holofotes quando havia a presença do governador Rui Costa – no primeiro ano dele no Palácio de Ondina, ele também não participou da lavagem. A ausência de Rui e de um virtual catalisador do PT como Wagner favorece – e muito – que ACM Neto domine a cena e transfira esse capital para seu apadrinhado político, Bruno Reis.
Logicamente, haverá uma tentativa dos partidos que orbitam junto ao governador de reivindicar espaço e protagonismo. Será uma boa oportunidade para figuras como Olívia Santana (PCdoB), Sargento Isidório (Avante), Lídice da Mata (PSB), Bacelar (Podemos) e Niltinho (PP) colocarem a cara no sol. Junto com os diversos membros do PT, que ainda não chegou a uma definição sobre a candidatura a prefeito de Salvador em 2020. Olívia, inclusive, largou na frente na atração de atenção. Convidou Manuela D’Ávila, ex-presidenciável e com destaque no cenário nacional. Os demais também devem adotar estratégias como esta.
Enquanto Lídice e Bacelar sempre foram figuras carimbadas na caminhada ao Bonfim, Isidório se tornou mais presente nos últimos anos com interesses político-eleitorais. É um contrassenso ver um evangélico conservador participante de um momento tão sincrético quanto a lavagem do adro da igreja, porém vale-tudo em busca de votos. Nada tão absurdo que não tenhamos nos habituado ao longo da história recente do Brasil.
Obviamente não foi uma questão de escolha a cirurgia de Rui. Por mais que o gestor público tenha preocupações com a imagem, brincar com a saúde não valeria o risco. No entanto não dá para fingir que não haverá consequências políticas com esse vácuo deixado nessa disputa de micropoderes em Salvador. Pode parecer cedo, mas ACM Neto deve reinar absoluto na última Lavagem do Bonfim em que estará na posição de prefeito. Como diria Zeca de Aphonso, ele estará soberano...
Este texto integra o comentário desta quinta-feira (9) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para as rádios Irecê Líder FM, Clube FM, RB FM, Valença FM e Alternativa FM de Nazaré.
***Fonte:bahianoticias
Acessado em: https://www.bahianoticias.com.br/
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