João Oliveira Wenceslau Guimarães-BA
(Foto: José Dias/PR)
Representados pelos conselhos de saúde, Estados e municípios rejeitaram a nova diretriz sobre distanciamento social proposta pelo Ministério da Saúde. A decisão foi tomada pelo Conselho Nacional de Secretários de saúde (Conass) e pelo Conselho nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems).
De acordo com representantes ouvidos pelo Estadão, o argumento mais forte para rejeitar as medidas é que seria inoportuno lançá-las em meio ao aumento de casos e mortes pela doença. O risco é causar dubiedade sobre a mensagem de isolamento social, ou seja, incentivar a população a sair de casa, disseram estes gestores.
"Enquanto estivermos empilhando corpos, não tenho como discutir isso", afirmou Alberto beltrame, presidente do Conasss.
Sem consenso com os conselhos, a diretriz apontada por Nelson Teiche não pode ser publicada como portaria.
A nova "matriz de risco" era carro-chefe da gestão Teich e promessa levada pelo médico a Jair Bolsonaro ao candidatar-se ao cargo de ministro da Saúde. Teich chegou a afirmar, em vídeo publicado nas redes sociais, em 20 de abril, que já estava em elaboração um "plano" para "revisão do distanciamento social" no País.
A proposta de Teich levanta uma série de dados, como capacidade de atendimento, ocupação de leitos, e número de casos e óbitos. Cada item teria uma pontuação. Somados, mostrariam em que situação está cada local e qual intervenção é sugerida, como isolamento controlado ou até lockdown.
Os Estados e municípios não seriam obrigados a seguir a regra, mas gestores locais escutados pela reportagem temem que as diretrizes virem arma para discurso contrário ao isolamento.
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