terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

Tesla compra US$ 1,5 bi em bitcoin e estuda aceitar a criptomoeda como pagamento




Elon Musk não só fala como faz. Enquanto o fundador da Tesla usava as redes sociais para enaltecer o bitcoin, a montadora comprava o equivalente a US$ 1,5 bilhão da criptomoeda, de acordo com documento enviado nesta segunda-feira (8) ao xerife do mercado americano, a SEC. 

Segundo o comunicado, a Tesla pode adquirir mais criptomoedas de tempos em tempos e por um longo período. Além disso, "espera começar a aceitar bitcoin como forma de pagamento pelos produtos em futuro próximo, sujeito às aplicações das leis e inicialmente com base restrita".

A compra de bitcoin só foi possível porque, em janeiro, a companhia atualizou a política de investimentos para fornecer mais flexibilidade e diversificação, além de maximizar os retornos sobre o caixa. "Como parte da nova política, podemos investir uma parte desse dinheiro em certos ativos de reserva alternativos especificados", de acordo com o comunicado da Tesla.

A montadora, no entanto, lembra que o ativo é extremamente volátil. "Acreditamos que bitcoin é altamente líquido. No entanto, os ativos digitais podem estar sujeitos a preços de mercado voláteis, que podem ser desfavoráveis no momento em que desejarmos ou precisarmos liquidá-los."

De fato, após o tuíte de Musk sobre bitcoin no dia 29 de janeiro, a criptomoeda teve valorização de quase 20%. "Em retrospecto, era inevitável", escreveu ele. Nesta segunda, o ativo já saltou mais de 15% em dólares.

É curioso pensar na ordem dos eventos: será que Musk tuitou antes ou depois de a Tesla ter comprado os ativos? Isso pode ser entendido como manipulação de mercado?

De qualquer forma, é bom lembrar que a companhia está sujeita a variações cambiais — de moedas tradicionais — e isso pode impactar os resultados financeiros, tanto quanto de criptomoedas.

"Realizamos negócios globalmente em várias moedas e temos riscos cambiais relacionados à receita, custos, despesas operacionais e dívida denominada em outras moedas que não o dólar americano; em especial, em yuan chinês, euro, dólar canadense e libra esterlina. Se não tivermos receitas totalmente compensadas nessas moedas e se o valor do dólar americano se desvalorizar significativamente em relação a essas moedas, nossos custos, medidos em dólares americanos como um percentual de nossas receitas, aumentarão correspondentemente, e nossas margens sofrerão. Além disso, embora realizemos atividades de hedge limitadas com o objetivo de compensar o impacto da exposição de conversão de moeda, é impossível prever ou eliminar esse impacto. Como resultado, nossos resultados operacionais podem ser prejudicados."





(Foto: Reuters/Brendan McDermid)

João Oliveira, Wenceslau Guimarães - BAHIA





Fonte: CNN Brasil

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