O CHIME registrou 535 rajadas rápidas de rádio no primeiro ano de funcionamento |
Um radiotelescópio canadense detectou 535 rajadas de rádio rápidas de uma só vez. O número é quatro vezes maior do que a contagem já conhecida dos breves e altamente energéticos fenômenos. Os eventos registrados, além da alta quantidade, também apresentaram dois tipos distintos.
De acordo com a publicação científica Nature, os resultados mostraram que a maioria das explosões são pontuais e uma minoria se repetia periodicamente, durando, no mínimo, dez vezes mais que a média. Isso pode significar pelo menos dois fenômenos astrofísicos distintos.
A diferença nos dados registrados pelo Experimento Canadense de Mapeamento de Intensidade de Hidrogênio (CHIME) deixou a comunidade de radioastronomia confusa. Os eventos aconteceram no primeiro ano de operação do CHIME, entre 2018 e 2019. A equipe divulgou os resultados nesta quarta-feira (9).
O telescópio, com quatro antenas half-pipe, cada uma com 100 metros de comprimento, observa uma faixa estreita do céu logo acima a qualquer momento. Com o movimento de rotação da Terra, ele rastreia vários trechos e os chips de processamento digital coletam sinais para montar uma imagem.
Dos 535 sinais detectados, 60 eram “repetidores”, vindos de 18 fontes que foram observadas emitindo as rajadas várias vezes. Ele difere em duração dos outros dados,, com eventos únicos durando menos tempo. Esses repetidores emitem em uma faixa mais estreita de frequência de rádio do que os únicos.
Agora, os cientistas têm evidências de que há distinção entre as rajadas. Antes, os astrônomos argumentavam que as explosões únicas poderiam ser apenas repetidores não observados. A teoria é que essa repetição regular pode ocorrer quando uma estrela de nêutrons altamente magnetizada circula em torno de uma estrela comum em uma órbita alongada.
Quando a estrela de nêutrons se aproxima da colega, as explosões resultam do campo magnético, espalhando vento estelar. Já os fenômenos únicos podem ser resultado de eventos cataclísmicos, como colisões de estrelas de nêutrons ou tempestades magnéticas em estrelas de nêutrons jovens chamadas magnetares.
(Foto: Reprodução / Andre Renard / CHIME Collaboration)
João Oliveira, Wenceslau Guimarães - BAHIA
Fonte: via Nature
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