O Corinthians da acomodação, do pior ataque do Brasileiro e da
proximidade incômoda da zona do rebaixamento bateu o Grêmio por 2 a 0 e
respira novamente na competição. Com a primeira vitória depois de três
partidas, a equipe de Tite espanta a crise e interrompe a tentativa de
arrancada do rival, que agora terá um Gre-Nal histórico pela frente.
Agora, o Corinthians soma 14 pontos e atinge o G8, primeira meta
estabelecida pelo treinador alvinegro. O Grêmio, estacionado nos 15,
passa a se preocupar exclusivamente com o Internacional, rival do
próximo domingo, no primeiro clássico da Arena.
Campeonato Brasileiro nesta quarta-feira32 fotos
31.07.13 - Emerson comemora gol do Corinthians contra o Grêmio no Pacaembu Reinaldo Canato/UOL
Para os paulistas, a vitória cai como uma luva. O Corinthians, apesar
de todo o crédito acumulado pela sequência de títulos recente, estava
irritando perigosamente a sua torcida. Nos dois últimos jogos no
Pacaembu (derrota para o Atlético-MG e empate contra o São Paulo), a
equipe já tinha ouvido protestos das arquibancadas.
O sinal de alerta foi ligado por conta da baixa produtividade ofensiva.
Medalhões como Danilo, Emerson e Guerrero ainda pareciam em marcha
lenta, enquanto outros como Romarinho e Pato se mostravam voluntariosos,
mas esbarravam na péssima pontaria. Vencer um rival de peso, nesse
cenário, era fundamental.
O ânimo, desde o início, foi diferente. Com mais ímpeto, o Corinthians
teve trabalho para furar a barreira defensiva armada por Renato Gaúcho,
mas não se entregou em nenhum momento. Aspirantes a uma vaga na
Libertadores ou até o título, os visitantes se engraçavam em eventuais
idas ao ataque, mas o show (às avessas) de passes errados comandado por
Elano não ajudou.
Atrapalhou mais ainda a lesão de Zé Roberto, que deixou o campo com
dores no músculo posterior da coxa direita. Sem seu maestro, o Grêmio
passou a apostar de vez na retranca. O Corinthians aproveitou. Aos 34
minutos, Romarinho recebeu de costas para o gol e encontrou Guerrero,
que cortou o marcador com um drible de corpo e bateu forte. Dida
defendeu, mas Emerson chegou no rebote e abriu o marcador, em posição de
impedimento.
O gol abriu a partida, até então muito truncada. Com a vantagem, o
Corinthians recuou e chamou o Grêmio. Em troca, conseguiu assustar em
contra-ataques rápidos com Romarinho e Guerrero, embora os gaúchos
também tenham assustado pelo alto, como na bola na trave de Riveros.
A torcida se animou. O público do tobogã, quando Tite mandou os
reservas para o aquecimento, aproveitou para gritar “Fica, Chicão”,
mandando recado direto para a diretoria, que ainda negocia a renovação
do zagueiro. Quando o jogo esquentou, o estádio cantou em coro as
principais músicas do Corinthians, que acompanhou o bom ritmo em campo e
segurou a vitória simples.
Aos 35 minutos, o Corinthians sepultou a partida. No primeiro pau,
Paulo André desviou uma cobrança de escanteio e encobriu Dida. O gol, se
restava alguma dúvida, selou a paz com a torcida. Animado, o público
tirou sarro do Grêmio, cantou o que podia e puxou até "olé", esquecendo
as vaias recentes.
Agora, o sinal de alerta fica na mão do Grêmio. O time que já bateu
Botafogo e Fluminense em seus domínios não parece o mesmo que não venceu
fora de casa no Campeonato Brasileiro, e não o faz em competição alguma
há quatro meses. Se quiser sonhar mais alto, Renato Gaúcho precisará
equilibrar o rendimento da equipe.
O clássico contra o Inter ocorrerá no próximo domingo, na Arena, às
16h. O Corinthians volta a campo no mesmo dia e horário, mas fora de
casa, contra o Criciúma.