Já tem uns dez anos que o inventário de sua avó não sai do lugar? E o processo
que há cinco anos você impetrou contra aquele hospital não anda? Bem vindo à
fila.
Milhões de casos como esses, que abarrotam de montanhas de
papéis as salas do Fórum Ruy Barbosa, juizados e cartórios de todo o estado
fazem da lentidão uma regra no Judiciário baiano. Mas a ideia de que - falhando
ou não - a Justiça tarda pode começar a mudar.
O chamado Sistema de
Automação da Justiça (SAJ), que custou R$ 20 milhões aos cofres do Tribunal de
Justiça da Bahia (TJ), promete automatizar antigos e novos processos, e
digitalizar todos os que surgirem daqui pra frente. Assim, vai ser possível
organizar, monitorar, colocar à disposição em rede e, consequentemente, acelerar
o andamento das ações.
Agilidade Segundo a empresa que implanta o
sistema na Bahia, a tramitação de uma ação digital vai se tornar, em média, 80%
mais ágil em relação às formas tradicionais. O tempo de atendimento a advogados
e partes na Justiça deve ficar 90% mais célere. A empresa toma por base o que já
foi feito em outros estados.
O incremento no número de julgamentos
com a implantação do SAJ em Santa Catarina, por exemplo, é de 250%. “Em São
Paulo, antes das execuções ficais digitais, o devedor demorava 8 meses para ser
intimado. Hoje esse prazo não passa de uma semana”, diz Rodrigo Santos,
responsável técnico pela implantação do sistema na Bahia.
Com a
Justiça digital, o processo vai estar sempre disponível para todos os
envolvidos. “Nenhum processo desaparece mais. O advogado, o promotor e as partes
não vão precisar sequer se dirigir à vara para pegar o processo e ficar com ele
20, 30 dias. Tudo vai estar disponível em rede o tempo inteiro. O ganho é de
tempo e dinheiro”, afirma Rodrigo Santos.
Na Bahia, o sistema está
em funcionamento desde outubro de 2011 e é implantado em duas fases. A primeira
automatiza uma série de rotinas. Ou seja, um sistema passa a gerenciar e
monitorar em rede todos os processos, inclusive os antigos. Isso já existe em
todas as varas da capital. A segunda fase, mais difícil e mais cara, é a
digitalização na íntegra dos novos processos, colocando-os à disposição (também
em rede) para quem quer que seja.
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