segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Preço dos alimentos pesa o bolso dos baianos


Você já calculou quanto que está gastando com o mercado nos últimos meses? Pois bem, dados do Dieese apontam que nos últimos sete meses deste ano o custo dos alimentos básicos apresentou elevação de 4,77% na capital baiana. Nos últimos 12 meses - agosto de 2011 a julho de 2012 -, a alta acumulada é de 5,91%. No quesito feijão o quadro é de forte alta, com o quilo custando R$ 5,89 e o tomate R$ 6,20. A Tribuna ouviu algumas famílias para saber quanto que elas estão gastando do orçamento com a alimentação.
Segundo a fisioterapeuta Georgia Guimarães, que mora com a irmã, os custos dos alimentos mexeu no bolso das duas. “Minha renda é de R$ 2 mil por mês e deixo no supermercado pelo menos R$ 500 dos meus ganhos. Em média gasto R$ 10 com arroz e feijão por semana, mas já cheguei a gastar menos, cerca de R$ 7. O pior é que há despesas com energia, condomínio, aluguel. No final do mês sobram R$ 10 depois de pagar as contas. Os aumentos estão refletindo e muito no bolso”, disse.
A cabeleireira Bella Erazo também tem sentido um forte impacto nas contas com a oscilação de preços dos produtos básicos. “Consumimos por semana 1 kg de feijão e 5 kg de arroz. Somos quatro na minha família e no final do mês calculo um gasto de R$ 900 com alimentação. O tomate aumentou consideravelmente nos últimos meses e isso compromete o orçamento. Essa semana, quando fui ao mercado, já encontrei ele mais caro. Ganho quase R$ 4 mil e a gente sempre sente no bolso. É muito caro o preço dos alimentos em Salvador”, reclama.
A aposentada Marialva Conceição diz que gasta em média R$ 500 em alimentação todos os meses e chama o arroz e o feijão de vilões. “Eles aumentaram e muito. O consumo em minha residência para quatro pessoas é de 5 kg de arroz e 4 kg de feijão por mês. Estou pagando R$ 30 por esses produtos, quando até março pagava metade desse valor”, observa. Ela diz que a renda dela e do marido é de R$ 4 mil e além dos custos de moradia, há gastos com saúde e medicamentos. “É muito difícil se manter nessa cidade. Tudo é muito caro”, desabafa.
Preços em alta
Além do feijão, que está custando em média R$ 5,89 o quilo, e o arroz R$ 2,09, a farinha de mandioca está saindo a R$ 1,99. Já o tomate sai a R$ 6,20 e o pimentão a R$ 3,29 o quilo. A cebola a R$ 1,28 e o alho, embalagem com 100 g, custa R$ 1,79 e com 200 g a R$ 3,55.
Dados da última pesquisa do Dieese apontaram que a cesta básica em Salvador ficou mais cara no mês de julho em decorrência da alta dos preços médios de sete dos doze produtos que a compõem. A pesquisa mostrou que o tomate variou 18,59%.
A farinha de mandioca também registrou alta em Salvador, de acordo com o Dieese. O órgão mencionou que se trata do sétimo reajuste consecutivo, com variação de 3,12% no mês. A quebra de safra da mandioca no Nordeste, em função da seca, comprometeu a oferta da raiz. No ano, a alta acumulada em Salvador já é de 15,50%. (Tribuna)

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