Após a morte de um trabalhador de 18 anos na fábrica da empresa de moda
íntima Trifil de Itabuna, no sul baiano, o Ministério Público do
Trabalho (MPT) cobra o andamento do processo contra o grupo por
descumprimento de normas de segurança e saúde no trabalho. Bispo
Oliveira, de 18 anos, morreu na unidade após ser sugado por uma
centrífuga, apenas quatro dias após ser contratado, fato que mobilizou
trabalhadores a denunciarem a decisão da empresa de colocar o
funcionário na linha de montagem sem treinamento. “O que a Trifil, nome
fantasia da Itabuna Têxtil, faz é dumping social, ou seja, a empresa
prefere pagar as multas da fiscalização em vez de cumprir a lei no que
se refere a normas de segurança e essa morte é fruto desse
comportamento”, denunciou a procuradora Cláudia Soares, autora da ação
civil pública contra a empresa. Segundo o MPT, nos últimos dez anos
foram registrados cerca de 400 acidentes de trabalho na fábrica e, em
novembro passado, fiscais do trabalho interditaram 18 máquinas e
assinaram 33 autos de infração contra a Trifil. “Essa ação tem o
objetivo de combater a mentalidade adotada pela empresa de descumprir as
normas de segurança e tentar atribuir esse grande número de acidentes e
de doenças ocupacionais ao acaso ou até mesmo às vítimas”, reafirmou. A
primeira audiência do caso está marcada para a próxima terça-feira
(24), às 8h45, na 3ª Vara do Trabalho de Itabuna. Na ação, o MPT requer
que a empresa seja obrigada a atender ao que determina o Ministério do
Trabalho e Emprego em termos de normas para garantir um meio ambiente de
trabalho seguro e saudável, além de indenização por danos morais
coletivos de R$15 milhões.
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