terça-feira, 1 de outubro de 2013

Professores em greve promovem 'faxina' no entorno da Câmara do Rio


Professores fazem uma 'faxina' no entorno da Câmara Municipal do Rio nesta terça-feira (1º) (Foto: Mariucha Machado/G1)

Depois de uma noite de confronto e confusão, professores em greve há 46 dias fazem uma "faxina" no entorno da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, na Cinelândia, no Centro da cidade, na manhã desta terça-feira (1º). 

"A gente está limpando aqui fora para ver se limpa lá dentro também", afirmou a psicopedagoga Cenira Carvalho da Costa.

Com várias barracas de acampamento, o local também virou um grande mural, com cartazes com dizeres como "Luto", "Por uma educação de qualidade" e "Sou professor e exijo respeito", entre outros.
"Nós estamos aqui mostrando que estamos com disposição. Eles precisam nos ouvir", disse a professora de português e espanhol Rosa Ereni.
Por volta das 10h50 uma professora chegou a desmaiar em virtude do forte calor.

Policiamento reforçado
O policiamento nas ruas do entorno da Câmara Municipal do Rio continua reforçado nesta terça (1°) em função da votação da proposta do Plano de Cargos e Salários dos professores da rede municipal de ensino enviada pela Prefeitura do Rio à Casa.

Na noite desta segunda-feira (30), as escadarias da Câmara voltaram a ser cenário de confronto entre policiais militares e manifestantes. Em um ato que reuniu professores e black blocs, oito pessoas foram detidas, segundo a PM, e pelo menos 15, sendo nove policiais, sofreram ferimentos provocados por cassetetes, pedradas e bombas caseiras. A manifestação, que reuniu cerca de mil pessoas, tinha como objetivo impedir a votação da proposta da prefeitura nesta terça.

Entenda o caso
Os professores afirmam que a greve só chegará ao fim com a elaboração de um novo Plano de Cargos Carreiras e Remuneração para a categoria. No dia 17 de setembro, a prefeitura enviou à Câmara dos Vereadores, em caráter de urgência, um plano, que foi duramente criticado pelo sindicato. Segundo o sindicato da categoria, as propostas apresentadas pelo governo foram insuficientes e ainda não há uma abertura clara para negociação.

A coordenadora do Sepe-RJ Marta Moraes afirmou que o Plano de Cargos e Salários não foi apresentado pela prefeitura aos professores. "Os maiores prejudicados são os professores e alunos. Ao negar negociar, ele [Paes] está comprometendo o ano letivo. Se ele quer fazer isso a culpa é dele. Caso haja corte de ponto, nós não vamos repor as aulas perdidas. O plano dele não contempla 90% da categoria e a formação de professores e funcionários. No nosso entendimento, eles são educadores", afirmou Marta.
O prefeito Eduardo Paes afirma, no entanto, que o Plano de Cargos e Salários está na Câmara  Municipal para ser votado. “A gente não pode viver sob ameaça. Estamos fazendo o que é melhor para a população, para prefeitura e pela categoria. O plano está lá na Câmara para ser votado. Tivemos diversos encontros e temos três acordos assinados”, afirmou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário