Um
dos fundadores do PT, o engenheiro mecânico Bruno Maranhão, morreu
neste sábado (25), no Recife, aos 74 anos. Seu corpo foi cremado na
manhã deste domingo (26), no Cemitério Morada da Paz, no município
metropolitano de Paulista. Ele estava hospitalizado havia duas semanas e
morreu por falência múltipla dos órgãos. Passou os últimos dias sedado e
respirava com ajuda de aparelhos. Militante histórico da esquerda
política, Maranhão pertencia a uma tradicional família de usineiros da
zona da mata pernambucana, mas desde jovem passou a defender a causa
popular e teve sua vida misturada à ação pela reforma agrária. Militante
do Partido Comunista Revolucionário Brasileiro (PCBR) no final da
década de 60, lutou contra a ditadura militar, foi exilado - morou na
França - e no seu retorno, em 1979, se dedicou à fundação do PT e do
MLST (Movimento de Libertação dos Sem Terra), uma dissidência do MST
(Movimento dos Sem-Terra). O espírito de luta, a coragem, a coerência e a
determinação de Bruno Maranhão foram destacadas por políticos e
militantes de diferentes partidos, no velório. "Fui visitar Bruno na sua
casa, há pouco mais de um mês, e ele, já muito debilitado, mal falava",
contou o deputado federal e ex-presidente do PT-PE Pedro Eugenio, que,
antes de deixar a residência, recebeu dele a recomendação: "segure
firme". "Isto era Bruno, este era o seu espírito de luta". Em junho de
2006, Maranhão foi um dos protagonistas da invasão de movimentos sem
terra à Câmara dos Deputados, que resultou na sua prisão e de 40
integrantes do MLST. A principal reivindicação era a votação imediata da
PEC do Trabalho Escravo. Sua última atuação pública ocorreu em 2011,
quando participou da Marcha da Reforma Agrária do Século 21, realizada
pelo MLST, que percorreu 250 quilômetros entre Goiânia e Brasília.
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