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Associação Bahiana de Imprensa (ABI) pedirá retratação ao povo
brasileiro pelo apoio que ofereceu à ditadura por meio de nota pública
divulgada em 14 de abril de 1964. A decisão, que será oficializada em
reunião nesta quinta-feira (10), foi tomada a partir de discussões
realizadas no seminário sobre os 50 anos do Golpe Militar ocorrido na
última quinta (3). O evento contou com o depoimento do jornalista e
sócio do Bahia Notícias, Samuel
Celestino, e de outros profissionais que vivenciaram os anos de chumbo, a
exemplo de Walter Lessa, Nelson Cerqueira, Emiliano José e João Eurico
Matta.
Com o pedido de retratação, depois de meio século, a ABI
confessa seu arrependimento e se “desdiz” em relação à convocação feita,
naquela ocasião, para que seus associados participassem da “Marcha da
Família com Deus pela Democracia”. A manifestação, que ocorreu no dia 15
de abril de 1964, da Praça da Sé ao Campo Grande, em Salvador, reuniu
parte da sociedade para prestar homenagem às Forças Armadas que, segundo
afirmava a nota divulgada pela associação, “com admirável coesão,
tornaram vitoriosos os ideais contidos na legenda acima”. O equívoco
histórico, retratado este ano, já havia sido alvo de discussão entre
membros da ABI. O fato foi registrado no livro em homenagem aos 50 anos
de fundação da entidade e voltou à pauta de discussões no ano 2000,
quando completou 70 anos. Agora, ao confessar seu erro, a ABI afirma que
é uma "entidade democrática, comprometida com a defesa das liberdades
desejadas para o Brasil e inerentes à pessoa humana”. Fundada no ano de
1930, a ABI representa empresários, diretores e trabalhadores em
comunicação no estado da Bahia.
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