A presidente Dilma Rousseff não apoia a revisão da Lei de Anistia como desejam grupos de esquerda, a Anistia Internacional, que lança nesta terça-feira (1º) uma campanha em prol da alteração do texto, e alguns senadores. Dilma aproveitou um discurso em cerimônia, nesta segunda-feira, no Palácio do Planalto, para apresentar sua posição, endossando uma decisão do Supremo Tribunal Federal de 2010, que considerou constitucional a Lei da Anistia que impediu a punição dos crimes cometidos durante a ditadura (1964-1989). Os militares são contra a revisão da legislação. "Nós reconquistamos a democracia à nossa maneira, por meio de lutas e de sacrifícios humanos irreparáveis, mas também por meio de pactos e acordos nacionais, muitos deles traduzidos na Constituição de 1988", afirmou a presidente, defendendo a sua tese. Em seguida, Dilma fez questão de justificar sua posição, ressaltando que "assim como eu respeito e reverencio os que lutaram pela democracia, enfrentando a truculência ilegal do Estado, nunca deixarei de enaltecer esses lutadores e essas lutadoras". Ela reiterou também que "reconhece e valoriza os pactos políticos que nos levaram à redemocratização". Dilma explicou ainda que todo o processo de redemocratização do Brasil "foi construído passo a passo durante cada um dos governos eleitos depois da ditadura". E fez questão de justificar que sua posição nada tem a ver com esquecimento, mas a defesa da verdade. "A palavra verdade é exatamente o oposto do esquecimento" e "é algo tão forte que não dá guarida para o ressentimento, ódio e nem tampouco para o perdão. E é só e sobretudo o contrário do esquecimento. É memória e é história", afirmou Dilma, que defendeu a liberdade de imprensa e a independência do Legislativo e do Judiciário.
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