quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Abdelmassih é investigado por mais 26 estupros e manipulação genética


Roger Abdelmassih é fotografado pela Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (Foto: Ho Senad/AFP)
Com a prisão do ex-médico Roger Abdelmassih, a Polícia Civil de São Paulo pretende  interroga-lo sobre mais 26 ex-pacientes que o acusam de estupro. Além disso, a 1ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), na capital paulista, quer ouvi-lo sobre crimes envolvendo manipulação genética irregular que ele teria cometido. Quatro pacientes relatam ter tido problemas na gestação ou má-formação dos filhos após se submeterem a tratamento na clínica que ele mantinha. “Com a vinda dele [Roger] ao estado de São Paulo, agora irei pedir a Justiça para ouvi-lo no inquérito no qual é investigado por suspeita de mais 26 estupros consumados ou não”, disse a delegada  Celi Paulino Carlota, titular da 1 DDM.
Além disso, o ex-médico é investigado por crimes previstos na Lei 11.105 de 2005 de Biosegurança. “Quatro dessas mulheres, ex-pacientes, relataram problemas. Uma teve um filho com síndrome de Edwards [que causa má-formação no coração, cabeça e pés], outra com síndrome de Down, e duas contaram sobre abortos”, afirmou Celi. “Coisas graves como abortos em série e feto que morreu e a mulher viveu meses com ele na barriga sem que o então médico quisesse retirar”, conta a delegada.
Esse é o segundo inquérito por estupro que Roger responde na DDM em São Paulo. O primeiro, que apurava também atos libidinosos, resultou na condenação dele na Justiça em 2010 a uma pena de 278 anos de prisão por 48 ataques a 37 mulheres entre 1995 e 2008. Todos os inquéritos estão sob segredo judicial para preservar a identidade das vítimas.
Roger foi preso na terça-feira (19) no Paraguai, após ficar três anos foragido. Nesta quarta-feira (20) ele deverá chegar escoltado pela Polícia Federal a São Paulo. Após passar por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML), deverá seguir para algum unidade prisional, que ainda não foi divulgada.
Somente após esse trâmite é que a delegada pretende interrogar o ex-médico. “Se eu ouvi-lo, dentro de um mês concluo esse outro inquérito e o relato a Justiça”, disse Celi.

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