sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Maior hospital do DF tem cirurgias canceladas por falta de material


Crise no maior hospital de Brasília, o Hospital de Base. A equipe do Bom Dia Brasil encontrou vários equipamentos novinhos amontoados por falta de manutenção. Enquanto isso, cirurgias são canceladas. Para piorar, ainda há indícios de superfaturamento nas compras feitas pela Secretaria de Saúde de Brasília.

Realmente, eles pagaram mais caro por medicamentos. A situação é tão grave que no início da semana os médicos chegaram ao ponto de cancelar cirurgias por falta de material básico.
Imagine estar internado no maior hospital do Centro-Oeste, e ter que ficar no corredor. Foi onde a equipe do Bom Dia Brasil encontrou dezenas de pacientes, um deles a Berenice. “A gente fica revoltada. A gente quer ir para casa, mas não pode. É um descaso com a gente”, afirma.
Ela aguarda, há 10 dias, uma cirurgia no joelho. E por que o médico não pode operá-la? “Ele falou que não faz porque não tem material”, conta.
E falta de tudo. Foi o que mostrou um funcionário do hospital. O estoque de esparadrapo acabou. O de gaze também. Compressas quebram o galho nos casos urgentes. “Isso é um improviso. Coloca aqui dentro, esteriliza, para poder fazer o curativo nos pacientes”, mostra um funcionário que não quis ser identificado.
Aparelhos tem, muitos parados, amontoados. Vários são respiradores e monitores cardíacos. “Estão encostados por falta de manutenção”, conta o funcionário.
Outra sala e mais um monte de equipamentos desativados e camas sobrando novinhas. Mas por causa de uma infiltração no teto, a ala está interditada. Ainda foram encontrados elevador com defeito, cadeiras entulhadas e empoeiradas.
O Sindicato dos Médicos do Distrito Federal diz que os problemas se repetem em outros hospitais. “Temos recebido com frequência documentos de médicos relatando situações parecidas”, afirma Gutemberb Fialho, presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal.
Em um hospital a 35 quilômetros do centro de Brasília, o filho carrega a mãe desmaiada. Ninguém aparece para ajudar. Não há maca. Do lado de fora foram encontradas várias.
O Ministério Público fez 24 pedidos de explicação para a Secretaria de Ssaúde só este ano, e agora quer que os responsáveis sejam punidos. “Nós estamos movendo as ações que cabe. Agora é uma questão de decisão da Justiça”, afirma Jairo Bisol, promotor de Defesa da Saúde do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.
Problemas também foram identificados, no ano passado, pelo Tribunal de Contas da União. Segundo o TCU, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal pagou pelos medicamentos um preço superior ao que deveria e comprou uma quantidade maior que a prevista, sem falar nas dispensas de licitação. O tribunal determinou que os erros fossem corrigidos.
Mas remédio também falta nos hospitais. A técnica em edificações Detina Rodrigues foi buscar em casa para o marido que está internado. “Uma pessoa que trabalhou a vida inteira, e no final passando por isso. Então a gente fica se sentindo impotente”, lamenta. 
A Secretaria de Saúde informou que pagou dívidas com fornecedores para que o estoque e o atendimento dos hospitais voltem ao normal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário