Crise no maior hospital de Brasília, o Hospital de Base. A equipe do
Bom Dia Brasil encontrou vários equipamentos novinhos amontoados por
falta de manutenção. Enquanto isso, cirurgias são canceladas. Para
piorar, ainda há indícios de superfaturamento nas compras feitas pela
Secretaria de Saúde de Brasília.
Realmente, eles pagaram mais caro por medicamentos. A situação é tão grave que no início da semana os médicos chegaram ao ponto de cancelar cirurgias por falta de material básico.
Realmente, eles pagaram mais caro por medicamentos. A situação é tão grave que no início da semana os médicos chegaram ao ponto de cancelar cirurgias por falta de material básico.
Imagine estar internado no maior hospital do Centro-Oeste, e ter que
ficar no corredor. Foi onde a equipe do Bom Dia Brasil encontrou dezenas
de pacientes, um deles a Berenice. “A gente fica revoltada. A gente
quer ir para casa, mas não pode. É um descaso com a gente”, afirma.
Ela aguarda, há 10 dias, uma cirurgia no joelho. E por que o médico não
pode operá-la? “Ele falou que não faz porque não tem material”, conta.
E falta de tudo. Foi o que mostrou um funcionário do hospital. O
estoque de esparadrapo acabou. O de gaze também. Compressas quebram o
galho nos casos urgentes. “Isso é um improviso. Coloca aqui dentro,
esteriliza, para poder fazer o curativo nos pacientes”, mostra um
funcionário que não quis ser identificado.
Aparelhos tem, muitos parados, amontoados. Vários são respiradores e
monitores cardíacos. “Estão encostados por falta de manutenção”, conta o
funcionário.
Outra sala e mais um monte de equipamentos desativados e camas sobrando
novinhas. Mas por causa de uma infiltração no teto, a ala está
interditada. Ainda foram encontrados elevador com defeito, cadeiras
entulhadas e empoeiradas.
O Sindicato dos Médicos do Distrito Federal
diz que os problemas se repetem em outros hospitais. “Temos recebido
com frequência documentos de médicos relatando situações parecidas”,
afirma Gutemberb Fialho, presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito
Federal.
Em um hospital a 35 quilômetros do centro de Brasília, o filho carrega a
mãe desmaiada. Ninguém aparece para ajudar. Não há maca. Do lado de
fora foram encontradas várias.
O Ministério Público fez 24 pedidos de explicação para a Secretaria de
Ssaúde só este ano, e agora quer que os responsáveis sejam punidos. “Nós
estamos movendo as ações que cabe. Agora é uma questão de decisão da
Justiça”, afirma Jairo Bisol, promotor de Defesa da Saúde do Ministério
Público do Distrito Federal e Territórios.
Problemas também foram identificados, no ano passado, pelo Tribunal de
Contas da União. Segundo o TCU, a Secretaria de Saúde do Distrito
Federal pagou pelos medicamentos um preço superior ao que deveria e
comprou uma quantidade maior que a prevista, sem falar nas dispensas de
licitação. O tribunal determinou que os erros fossem corrigidos.
Mas remédio também falta nos hospitais. A técnica em edificações Detina
Rodrigues foi buscar em casa para o marido que está internado. “Uma
pessoa que trabalhou a vida inteira, e no final passando por isso. Então
a gente fica se sentindo impotente”, lamenta.
A Secretaria de Saúde informou que pagou dívidas com fornecedores para
que o estoque e o atendimento dos hospitais voltem ao normal.
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