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A
Defensoria Pública da Bahia (DP-BA), em um estudo inédito, chamado 1º
Anuário Soteropolitano da Prática Penal, aponta que a Vara da Violência
Doméstica em Salvador é a que presta, sob todos os aspectos, o pior
serviço ao cidadão, com as menores taxas de resolução de casos e maiores
taxas de retardamento nas persecuções em andamento. A pesquisa foi
realizada durante três anos, e no período, dos casos concluídos, que
nenhuma condenação foi registrada. De acordo com a instituição, o índice
de conclusão das persecuções penais em um triênio chega a 63,89% dos
casos nas Varas de Tóxicos, e de 38,94% nas Varas Criminais. Na Vara de
Violência Doméstica, o resultado equivale a apenas 11,97% dos casos. Do
total de pessoas presas em flagrante na capital baiana, mais de 40%
delas não são condenadas. Os dados foram obtidos a partir de um
levantamento feito com base em dados extraídos da Central de
Atendimentos a Presos em Delegacias da Defensoria Pública da Bahia
(Capred), do sistema de peticionamento eletrônico do Tribunal de Justiça
da Bahia (TJ-BA) - E-SAJ, e do Diário Eletrônico da Justiça do TJ-BA,
de prisões ocorridas a partir de 2011. Foram analisadas 1.573
persecuções penais e o estudo aponta o cenário da situação penal na
capital baiana. Segundo o anuário, dentro das Varas Criminais, os crimes
relacionados ao Estatuto do Desarmamento são os que têm maior
percentual de resolução, com 53,91%, contra 40,51% de roubo, e 32,17 de
furto. Os crimes do Estatuto são os com maior percentual de condenação,
com 72,58%. O crime de roubo tem 66,67 de condenação. Na Vara de
Tóxicos, 43,48% dos presos pela polícia em flagrante por tráfico de
drogas não foram considerados traficantes pela Justiça, sendo que 17,73%
foram considerados apenas usuários e 25,75% foram absolvidos de todas
as acusações. Os réus que foram absolvidos da acusação de tráfico de
drogas permaneceram presos, em média, por 165 dias antes do julgamento.
Os réus considerados inocentes, mas que já tinha antecedentes criminais,
ficaram presos por 225 dias, contra 152 dias dos que, além de
inocentados, não tinham nenhum tipo de antecedente. O réu que foi
reconhecido como usuário, mas não possuía qualquer tipo de antecedente
criminal, passou em média 94 dias preso. A morte do réu é a principal
causa de extinção da punibilidade. O estudo ainda indica que a pena
privativa de liberdade é mais aplicada, em 57,43% dos casos. Já na Vara
de Tóxicos, em 51,59% dos casos é aplicada a pena restritiva de direitos
– considerada como penas alternativas, como perda de bens e valores e
prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas, entre outras
penas. O estudo foi realizado pelo Observatório da Prática Penal.
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