Apesar de ter requerimento de urgência aprovado nesta
terça-feira (28), com 36 votos favoráveis e 18 contra, o projeto de lei
que estabelece o reajuste dos servidores públicos estaduais foi alvo de
críticas da bancada de oposição da Assembleia Legislativa da Bahia
(AL-BA), que questiona os porcentuais apresentados pelo governo. “A
oposição votou contra o reajuste de urgência. Os governistas afirmam que
há consenso, mas a gente acha que não existe consenso nenhum. O líder
da oposição, Sandro Régis (DEM), conversou com alguns líderes sindicais,
então não há consenso nenhum”, apontou Adolfo Viana (PSDB), um dos
oposicionistas mais entusiasmados e que acredita que a tendência será de
obstrução, além de novos votos contra o projeto.
Régis orientou a bancada a votar contra a urgência do projeto | Foto: Max Haack/Ag. Haack/Bahia Notícias
“O que eles chamam de reajuste não corrige nem a inflação. São
3,5% em março e 2,8% em novembro. Fazendo uma conta de chegada, em 2015,
no final do ano, o reajuste real será de [aproximadamente] 3,5%”,
afirmou, para completar: “o poder de compra dos funcionários vai ser
reduzido e eles não vão nem manter o que eles ganhavam no ano passado.
Isso é uma falta de respeito, é zombar da inteligência dos servidores”.
Os cálculos da oposição sinalizam que o valor total da correção
inflacionária de 6,41% só ocorrerá no final do ano, após a aplicação do
porcentual de novembro – além de, no somatório anual, os salários de
janeiro e fevereiro não sofrerem alterações, já que a primeira parcela é
retroativa a março, e não a janeiro, data-base do reajuste.
Cálculo divulgado pelo deputado Soldado Prisco/ Foto: Reprodução
O líder da bancada, Sandro Régis (DEM), ressaltou também que os
trabalhadores que ainda não ganham o salário mínimo só receberão o
reajuste complementar em novembro. “Mais de 30% dos funcionários não
ganham nem o salário mínimo e vão continuar nesta situação até
novembro”, pontuou. O deputado Soldado Prisco (PSDB) foi um dos
parlamentares que fez diversas manifestações no plenário durante a
sessão desta terça (28). “Ao que parece, o desrespeito ao funcionalismo
público continuará na gestão Rui Costa. Eu, como representante dos
militares, afirmo que a categoria é terminantemente contra a proposta. É
vergonhoso que se traga uma proposta como esta para a Casa do povo. Por
isso, peço que todos os parlamentares, em respeito aos servidores,
votem contra esta aviltante proposta”, disse Prisco.
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