A professora agredida por uma aluna e duas irmãs em uma escola de ensino fundamental de Parobé,
no Rio Grande do Sul, diz que não tem condições de continuar dando
aulas. Tanto a professora Luciana Fernandes, de 23 anos, quanto a
estudante de 15 anos envolvida nas agressões serão transferidas para
outra escola, o que não ainda não havia ocorrido até o final da manhã
desta quarta-feira (19).
Quatro dias depois, professora exibe marcas da
agressão (Foto: Manoel Soares/RBS TV)
agressão (Foto: Manoel Soares/RBS TV)
O incidente ocorreu no sábado (15) durante uma festa de Dia doas Pais
na Escola Municipal Padre Afonso Kist. Luciana diz que foi agredida pela
aluna e por mais duas irmãs dela, maiores de idade, após um
desentendimento. Quatro dias depois, ela ainda exibe os hematomas e as
marcas das agressões no rosto e no corpo.
"Quem não é cego vê que os alunos hoje são maiores que os professores e
eles estão munidos da lei. Nós professores não estamos. A gente não tem
direito nenhum, de nada”, desabafa a professora.
Segundo a docente, a escola realizava uma festa de Dia dos Pais com
brincadeiras de festa junina. Entre as atividades estava a “cadeia”,
brincadeira na qual os alunos são presos e têm de pagar uma fiança
simbólica para serem soltos.
A professora relata que a estudante teria fica contrariada ao ser presa
e que tentou agredi-la, mas foi contida pelo noivo dela, que estava
presente na festa. Depois, a adolescente voltou à escola com duas irmãs,
e o trio invadiu a sala dos professores.
Foto mostra Luciana pouco depois de ser atacada
em escola de Parobé (Foto: Arquivo Pessoal)
em escola de Parobé (Foto: Arquivo Pessoal)
“Eu só vi ela dizendo: ‘Aquela ali’, apontando para mim. Só tive tempo
de pegar uma cadeira e segurar na minha frente para poder dar tempo de
alguém fazer alguma coisa. Em nenhum momento eu reagi. As três me
pegaram juntas. Eu caí no chão devido aos puxões de cabelo. E também o
meu olho, não sei se foi um chute ou se foi um soco, porque na hora a
gente não consegue ver”, lembra Luciana.
De acordo com a professora, a aluna já tem um histórico de
indisciplina, o que pode ser comprovado pelas atas do colégio.
Familiares da estudante ouvidos pela reportagem na manhã desta
quarta-feira afirmam que houve agressão das duas partes.
A diretora da escola, Cleni Sarmento, diz que o episódio abalou os
professores. “Abalou todo mundo. A gente se sente muito infeliz, muito
triste. Uma luta, uma jornada de tantos anos, e desmorona assim. Os
professores não têm condições de trabalhar”, afirma.
Em nota, a Secretaria de Educação de Parobé informa que a professora
está recebendo apoio da instituição e que terá todo o atendimento
necessário. A pasta também diz que serão assegurados os direitos da
estudante a atendimento psicológico e à educação e que cabem a órgãos
como Conselho Tutelar e Ministério Público tomar outras decisões sobre o
caso.
A professora registrou queixa na polícia e foi submetida a um exame de
corpo de delito. De acordo com o delegado Gustavo Bermudes, responsável
pelo caso, a investigação já está praticamente esclarecida e o laudo vai
determinar se as suspeitas serão indiciadas por lesões corporais ou
vias de fato, um crime menos grave.
Nenhum comentário:
Postar um comentário